• Carregando...

Entenda o caso

O impasse na negociação salarial gerou a crise:

A corporação

O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro tem 18 mil homens, dos quais mil são guarda-vidas. O salário líquido é de R$ 950 para soldados e R$ 8 mil para coronéis.

O que os grevistas pedem

R$ 2 mil de salário líquido, vale-transporte e melhores condições de trabalho, como protetor solar e óculos de sol.

O que o governo propõe

Aumento de 1% ao mês, parcelado em 48 vezes, para bombeiros e policiais militares.

Explode a crise

Os grevistas invadiram o quartel central dos bombeiros na última sexta-feira e foram expulsos de lá pelo Bope. Um grupo de 439 manifestantes foi preso. O grupo é acusado de motim, dano ao patrimônio e impedimento ao socorro.

Revolta

Ação causou mal-estar entre policiais

A manifestação dos bombeiros causou mal-estar entre policiais militares do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Especiais) do Rio. As duas tropas foram convocadas para agir contra os manifestantes. Quando os bombeiros invadiram o quartel, policiais do Choque se afastaram para que os manifestantes passassem. No grupo havia mulheres e crianças.

Apenas, o coronel Waldir Soares, comandante da unidade, se colocou à frente da multidão na tentativa de impedir a entrada. O militar quebrou o pulso esquerdo e torceu o joelho esquerdo. Por volta das 5 horas, quando o Batalhão de Choque e o Bope receberam a ordem de retomar o quartel houve discussão na tropa. Soldados e cabos do Choque se recusaram a participar da ação. Mesmo no Bope se discutiu a situação, mas a tropa cumpriu a determinação.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar disse que não há policiais militares presos. O que pode acontecer é o comandante-geral pedir explicações sobre o procedimento dos policiais.

Folhapress

Salário da classe no Paraná é mais que o dobro do pago no Rio

Soldados do Corpo de Bombeiros de Pernambuco, Paraná, Bahia e Minas Gerais ganham pelo menos o dobro do salário que seus colegas do Rio de Janeiro, que ganham R$ 950 para um bombeiro em início de carreira. A diferença é ainda maior se comparada apenas ao salário dos bombeiros paranaenses – de R$ 2.428,39 para soldados recém-formados –, 150% mais do que ganham os bombeiros fluminenses.

Leia a matéria completa

As prisões dos 439 bombeiros que participaram da invasão do Quartel Central da corporação no Rio de Janeiro na última sexta-feira se tornaram irregulares porque não foram comunicadas no prazo legal à auditoria militar do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). A constatação é da presidente da Comissão de Direitos Humanos Ordem dos Advogados do Brasil do Rio (OAB-RJ), Mar­­ga­­rida Pressburger.

Segundo ela, a comunicação à Justiça deveria ter ocorrido em, no máximo, 24 horas. O prazo é determinado pelo Código de Processo Penal Militar. De acordo com a assessoria de imprensa do TJ-RJ, a comunicação foi feita apenas às 19 horas de ontem, mais de 60 horas após as prisões. "Eles [Comando dos Bombeiros] teriam 24 horas para comunicar a prisão. Esse prazo já passou. Isso configura uma irregularidade jurídica. Na teoria, eles já deveriam ter sido soltos. Na prática, estamos indo visitá-los presos nas unidades", explicou Margarida.

Nove militares, apontados como líderes do movimento, estão isolados dos demais presos. Os outros 430 estão na 3.ª Policlínica do Corpo de Bom­beiros, em Niterói. Em um processo independente da Justiça Militar, a juíza Clarice de Matta e Fortes negou pedido de habeas corpus para os nove líderes detidos.

O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões, disse ontem que a soltura dos presos é inegociável. Ele se colocou como único interlocutor do governo com os manifestantes e afirmou que o futuro dos bombeiros presos depende agora da Justiça Militar. "O governo não pode fazer essa interferência. É um rito na esfera da Justiça Militar", disse. O secretário-chefe da Casa Civil do governo Sérgio Cabral (PMDB), Régis Fichtner, disse que a invasão fecha qualquer canal de diálogo.

Pressão

"Os bombeiros não reconhecem o novo comandante como interlocutor do governo. Quem precisa cuidar do assunto é o secretário de Planejamento ou o governador", diz o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PP), que se uniu a mais cinco deputados da Assembleia Legislativa do Rio em uma frente que pretende trancar a pauta de votações até que o governo solte os bombeiros.

Durante todo o dia de ontem, centenas de manifestantes permaneceram em frente à As­­sembleia pedindo a libertação dos bombeiros presos no sábado. Eles distribuíram um cartaz em que Sérgio Cabral era caracterizado em uma foto com o bigode e o penteado do nazista Adolf Hitler.

Cabral, que no sábado chamou os bombeiros rebelados de "vândalos", não quis falar com a imprensa sobre o tema ontem.

Também houve pequenos protestos espalhados por outros bairros da cidade. Segundo a corporação, o atendimento à população, porém, não foi afetado. À tarde, bombeiros controlaram com sucesso um incêndio no prédio do Juizado Especial Cível, no bairro da Gávea.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]