Desde fevereiro de 2008, o Instituto Médico-Legal (IML) do Paraná está sob intervenção, administrado por uma junta de policiais militares e bombeiros comandada pelo ex-comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Almir Porcides Júnior. A intervenção foi uma medida do então governador Roberto Requião para tentar solucionar problemas no instituto, mas isso, de acordo com servidores da instituição, ainda está longe de acontecer.
Um exemplo é o HPLC cromatógrafo líquido de alta eficiência que ficou quebrado por oito meses e voltou a funcionar há poucos dias. Responsável pela identificação de substâncias tóxicas no sangue ou em tecidos retirados das vítimas de morte violenta, a quebra do equipamento fez com que 2,4 mil exames entrassem na fila, o que gerou revolta nas famílias que precisavam do exame para liberar o corpo do familiar. Segundo informações do IML, as peças são todas importadas e o HPLC precisava de manutenção especializada, por isso a demora. De acordo com o órgão, a fila será extinta nos próximos dois meses.
Em 2008, mesmo após a intervenção, um funcionário do instituto foi preso acusado de vender o cadáver de um indigente. O corpo seria usado em um golpe contra uma seguradora norte-americana em que a mulher do beneficiário, que estava vivo, receberia R$ 1,6 milhão. No mês passado, um veículo do IML de Toledo, na Região Oeste do Paraná, foi encontrado durante uma apreensão de drogas em Itaipulândia, também no Oeste. Aproximadamente 650 quilos de maconha estavam em uma embarcação às margens do Lago de Itaipu e, segundo a polícia, seriam colocados dentro do veículo. O motorista que prestava serviços ao IML foi preso em Toledo, quando foi à delegacia prestar queixa de furto da van, tese que não convenceu os policiais.
Outro lado
De acordo com Porcides Júnior, desde que assumiu, o IML está se transformando. "Nesses dois anos e meio, nós melhoramos muito as condições de trabalho, adquirimos novos equipamentos de proteção para os funcionários, equipamentos para exames, viaturas. Até dezembro, vamos inaugurar quatro unidades no interior. Em Curitiba, o projeto do novo IML está aprovado. Reformamos unidades. Estruturamos a parte técnica, de informática. Instituímos o serviço social dentro do instituto. Montamos um espaço reservado especialmente para as crianças", afirma.
Mas, na opinião do coronel, ainda há muita coisa para ser feita. Um dos problemas que ainda persistem é a falta de pessoal. "Nós temos carência de médicos, auxiliares e motoristas no interior", finaliza.



