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O procurador-geral do Rio de Janeiro, Cláudio Lopes, determinou a reabertura de um inquérito policial de 2007 que investigava uma denúncia de agressão feita pela mãe da menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, Cristiane Marcenal, contra o pai de Joanna, André Marins.

A criança, de 5 anos, estava internada em um hospital no Rio em coma desde o dia 19 de julho e morreu no dia 13 de agosto. Antes, ela foi atendida e liberada num hospital na Zona Oeste, por um falso médico, que teve a prisão preventiva decretada no dia 10 de setembro e está foragido. A pediatra que o contratou foi presa.

Joanna era alvo da disputa dos pais desde o nascimento. A causa de sua morte ainda é desconhecida para a polícia e os médicos, mas entre as hipóteses, há, além de maus-tratos, a suspeita de meningite. O pai da menina nega as agressões.

Arquivamento

O defensor público que representa a mãe de Joanna, Antônio Carlos de Oliveira, pediu o desarquivamento do inquérito. Na época do pedido, ele informou que o processo foi arquivado pela promotora Elisa Pittaro. Segundo ele, a investigação foi aberta a partir de uma denúncia da mãe de Joanna na delegacia de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que acusara o ex por lesões na menina. De acordo com Antônio Carlos, na época, o IML atestou as lesões como contundentes.

Ainda de acordo com o defensor, esse foi o segundo inquérito da Polícia Civil contra o pai de Joanna que foi arquivado. "Todos os relatos da Cristiane foram minimizados. Nós temos uma série de equívocos nesse processo judicial", disse ele.

A Delegacia da Criança e Adolescente Vìtima (Dcav), que investiga a morte de Joanna, afirmou que só depende do laudo do Instituto Médico-Legal para finalizar o inquérito.

Babá diz ter visto criança amarradaCristiane Marcenal disse ter considerado "horroroso" o depoimento de uma babá que tomou conta da menina por alguns dias antes de ela ser internada e morrer, no mês passado. A babá prestou depoimento na DCAV e afirmou ter visto a criança em condições de maus-tratos.

"Parece concentração de campo nazista", afirmou a mãe, depois de ler o depoimento da babá na delegacia nesta terça-feira (28). " Não sei quanto tempo minha filha ficou assim. Minha filha deve ter entrado em coma ali. Isso está me causando uma revolta insuportável", afirmou Cristiane.

De acordo com informações passadas pela DCAV, a babá disse em depoimento que encontrou Joanna em um quarto, amarrada com fitas nos pés e nas mãos, suja de fezes e xixi. De acordo com a polícia, a babá afirmou que, questionado sobre a situação da filha, o pai, André Marins, disse que era a recomendação do psiquiatra já que Joanna poderia ter uma crise de convulsão.

O G1 tentou entrar em contato com o advogado do pai da menina nesta terça-feira (5), mas ele não foi encontrado.

Menina dormia no closet

O depoimento da babá foi prestado por volta do dia 17 de setembro. Nele, de acordo com a polícia, a funcionária disse ainda, que a menina dormia no closet do quarto de André e sua mulher, madrasta de Joanna, num colchonete que estaria sujo de fezes. Segundo ela, as outras duas filhas de André dormiam em colchonetes no quarto deles.

De acordo com a delegacia, a babá lembrou também que, certa vez, ouvira a menina reclamar de estar com os olhos ardendo.

Outra empregada

Tanto o defensor quanto Cristiane afirmaram que a polícia estaria com dificuldades para encontrar uma empregada que teria trabalhado na casa do pai de Joanna antes da babá que prestou depoimento.

Sobre o processo que deu a guarda de Joanna ao pai, a defensoria estuda entrar com um processo administrativo contra a juíza e as psicólogas que participaram da decisão. Segundo Antônio Carlos, só foram ouvidos parentes do lado paterno da menina.

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