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Os impactos da gripe aviária, que atingiu países da Ásia e da Europa, já são sentidos pelos produtores e exportadores brasileiros de frango. De acordo com dados da União Brasileira dos Avicultores (UBA), quase metade da produção do setor é destinada à exportação. O Brasil é responsável por 43% do mercado mundial de exportação de carne de aves. Para dar um exemplo, 40% dos pintinhos produzidos no país destinam-se à venda para outros países.

Os números ainda não estão refletidos nas estatísticas de entidades como a Associação Brasileira dos Produtores de Exportadores de Frango (Abef) mas, segundo o presidente executivo da associação, Ricardo Gonçalves, os reflexos são sentidos no volume de negócios fechados e nas pressões para baixar preços na negociação dos contratos de exportação. A gripe aviária faz com que haja excesso de oferta de carne no mercado, devido às restrições de consumo nos países atingidos pela doença. "Já em janeiro apareceram pressões para colocar os preços para baixo", destacou Gonçalves.

De acordo com o diretor da UBA Ariel Mendes, o setor tenta se ajustar à nova realidade e já está trabalhando "no vermelho". Segundo ele, em São Paulo, o quilo do frango vivo é vendido a R$ 1, enquanto o custo de produção está em torno de R$ 1,20.

A UBA estima que entre as medidas necessárias para serem adotadas pelo setor estão, por exemplo, a redução da produção, com queda entre 15% e 20% do mercado de alojamento de pintinhos, além de redução do número de frangos criados por metro quadrado.

Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, o presidente da UBA, Zoé Silveira d'Avila, atribuiu ao excesso de burocracia dois dos principais problemas enfrentados neste momento pelo setor produtivo agropecuário do país: a ameaça de greve dos fiscais federais agropecuários e o atraso do Ministério da Agricultura em definir o plano de controle da febre aviária. Proposto há dois anos pela UBA, só nesta terça o Ministério da Agricultura aprovou o programa.

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