A professora romena Violeta Bajenaru Declerck, 33 anos, era um dos 228 ocupantes do voo 447 da Air France que desapareceu no domingo (31) quando fazia o trajeto entre o Rio de Janeiro e Paris. Ela vivia na França e havia se casado cinco dias antes de embarcar para o Brasil, onde participou de um fórum de professores com participação de docentes da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Violeta coordenava um projeto de cooperação entre Escola Superior da Madeira, da cidade de Nantes, na França, e a UFPR, em vigor desde 2002. A professora Ghislaine Miranda Bonduelle, Departamento de Engenharia e Tecnologia Florestal da UFPR, é a coordenadora do convênio para a universidade federal. Ela conhecia Violeta há cerca de três anos e elas se tornaram amigas há um ano e meio, quando a professora romena assumiu o cargo de assessora de Relações Internacionais da instituição francesa. Violeta também era professora de comércio internacional.
A professora, que não tinha filhos, havia se casado na Romênia cinco dias antes de embarcar para o Brasil. Esta era a segunda vez que Violeta esteve no Brasil. Em novembro do ano passado, a professor esteve em Curitiba para assinatura do acordo de duplo diploma na área de Engenharia Industrial Madeireira com a instituição francesa e a UFPR. "Violeta teve um papel decisivo na assinatura desse acordo", afirma Ghislaine. "Ela era uma pessoa de atitude, que resolvia as coisas."
Violeta veio ao Brasil no último dia 27 de maio para participar, no Rio de Janeiro, de um fórum de coordenadores do programa de cooperação entre universidades francesas e brasileiras nas especialidades das engenharias. O encontrou terminou na sexta-feira (29). No sábado (30), Ghislaine, que dividia o quarto do hotel com Violeta, embarcou para Curitiba. Já a professora romena embarcou no voo 447 com destino a Paris no domingo à noite.
Ghislaine conta que não tinha certeza se a colega estava no voo da Air France que desapareceu. "Tinham outros três voos que ela poderia ter pegado, então a gente fica naquela esperança", conta. A confirmação de que Violeta estava no avião foi dada pela companhia aérea a família da professora, que avisaram a brasileira.
Pelo acordo, os estudantes selecionados, após três anos de curso na UFPR, poderão cursar dois anos e meio na França, e receber o diploma de ambas as instituições. O mesmo vale para os estudantes franceses.
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