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Professores em greve são presos em confronto com a polícia no Piauí

Os manifestantes foram detidos por volta das 15h quando iniciavam caminhada pela avenida Frei Serafim, principal via de acesso de Teresina

Dois professores da rede estadual de ensino do Piauí, em greve há 67 dias, foi preso nesta quinta-feira (3) durante protesto em Teresina.

Os manifestantes foram detidos por volta das 15h quando iniciavam caminhada pela avenida Frei Serafim, principal via de acesso da capital piauiense. A tropa de choque da Polícia Militar foi acionada e houve confronto com os manifestantes.

Para dispersar os grevistas, a polícia atirou para o alto e usou gás lacrimogêneo e bomba de efeito moral. Na confusão, três manifestantes foram detidos - dois professores e um estudante de serviço social. Eles foram levados para a Central de Flagrantes e vão responder por crime de desacato a autoridade.

Após serem ouvidos pela polícia, os manifestantes foram liberados sem pagamento de fiança.

Os grevistas reivindicam a aplicação do piso nacional e reajuste linear de 22% para a categoria.

Hoje, o governo abriu um canal de negociação e, enquanto o governador Wilson Martins (PSB) negociava com grevistas no Palácio de Karnak, os manifestantes ocuparam as ruas. Pela manhã, os professores bloquearam avenidas e queimaram pneus ao lado do palácio.

O professor João Rosa Paes Landim Neto, 40, atribuiu o confronto ao desespero do governo. "Isso é uma atitude criminosa e de desespero do governo, que usa a truculência para nos intimidar", disse.

A professora Lourdes Melo, que teve o marido preso, condenou a atitude dos policiais. "É um total desrespeito com os grevistas. Levaram meu marido com violência, e vamos acionar juridicamente o Estado", disse.

A lei do piso nacional foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Piauí. Porém, o reajuste de 22% é válido apenas para professores em início de carreira (10% da categoria), o que o Sindicato dos Trabalhadores da Educação não aceita.

No Estado, 70% dos professores estão em greve, segundo o sindicato. Para o governo, apenas "uma minoria" está parada.

Em reunião, o governador disse que repassaria extras do Fundeb (Fundo Nacional do Desenvolvimento do Ensino Básico) para os professores, mas não apresentou nenhuma previsão de chegada de recursos.

O governo descartou o reajuste linear de 22%, alegando que se fizer isso o Estado ficará no limite da Lei de Responsabilidade Fiscal e terá um impacto de R$ 19 milhões. Atualmente, a folha de pagamento da educação tem um custo de R$ 67 milhões por mês.

Foi acordada a criação de uma comissão formada por representantes do governo, do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores da Educação), do Ministério Público e Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), para buscar alternativas de reajuste. Nesta sexta-feira, a proposta será apresentada aos trabalhadores, que decidirão se suspendem ou mantêm a greve.

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