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“Temos duas suposições  principais (para o baixo número de exames): a falta de informação e a demora para se conseguir uma mamografia.” Isabel Scarinci, pesquisadora da Divisão de Medicina Preventiva da Universidade do Alabama | Arquivo pessoal
“Temos duas suposições principais (para o baixo número de exames): a falta de informação e a demora para se conseguir uma mamografia.” Isabel Scarinci, pesquisadora da Divisão de Medicina Preventiva da Universidade do Alabama| Foto: Arquivo pessoal

Pesquisadora paranaense trouxe financiamento

O velho ditado de que "o bom filho à casa torna" acertou em cheio no caso de Isabel Scarinci. Pesquisadora da Universidade do Alabama em Birmingham, Isabel nasceu em Cambará, no Norte Pioneiro. Aos 27 anos, ela deixou Curitiba para estudar por um ano nos Estados Unidos. "Acabei me apaixonando e me casando. Apesar de viajar sempre para o Brasil, já que a minha família mora aqui, vivo há 20 anos nos Estados Unidos", conta a paranaense.

Sabedora da alta incidência de câncer em Curitiba, Isabel batalhou para trazer o projeto para cá. "Para conseguir financiamento internacional, é preciso ter muito reconhecimento dentro dos Estados Unidos. Hoje, consigo trazer investimentos para o Paraná", diz.

Uma das maiores ONGs de estudos sobre câncer de mama do mundo, a Fundação Susan G. Komen For The Cure, disponibilizou US$ 300 mil para uma pesquisa da Uni-versidade de Alabama, em Birmingham, com posterior aplicação de medidas para a redução da enfermidade em Curitiba. O apoio se mostra importante, principalmente pela alta incidência da doença na capital: 77,9 atingidos a cada 100 mil habitantes. A média brasileira é de 52 mulheres por 100 mil e a do Paraná, de 56,7. O projeto conta com a parceria da Pontifícia Universidade Católica (PUC), da Secretaria Municipal de Saúde, da Associação Amigas da Mama e da Clínica Paciornik.

De acordo com a médica do programa Viva Mulher, do Centro de Epidemiologia da Prefeitura, Regina Celi Piazzetta, a incidência de câncer entre as curitibanas se deve a dois motivos. "Os centros grandes e desenvolvidos têm mais casos de câncer diagnosticados, mas ainda não se sabe a razão. E, também, porque o diagnóstico é realizado com maior freqüência", diz.

O objetivo do projeto é identificar os motivos pelos quais as mulheres, principalmente as de baixa renda e com baixa escolaridade, não fazem os exames preventivos do câncer de mama. "Apesar de ainda não sabermos os resultados, temos duas suposições principais: a falta de informação e a demora para se conseguir uma mamografia", aponta Isabel Scarinci, pesquisadora da Divisão de Medicina Preventiva da Universidade do Alabama e uma das responsáveis pelo projeto.

Para se obter as informações comportamentais sobre a população, a pesquisa desenvolverá um questionário com base em um bate-papo realizado entre pacientes que se recuperaram do câncer de mama, mulheres que realizam a mamografia e mulheres que não fazem o exame. "Esse momento é uma espécie de estágio cultural, para entender as necessidades de quem vive em Curitiba. Não adiantava trazer um questionário pronto dos Estados Unidos", explica a pesquisadora. As discussões devem ser realizadas nas Unidades de Saúde próximas às áreas onde vivem essas mulheres.

Em fevereiro de 2009, o questionário deverá estar finalizado e pronto para ser preenchido por um número ainda indeterminado de mulheres. O planejamento do projeto indica que, em julho do ano que vem, já se saberá qual o pensamento e as principais razões para a não-realização dos exames. "Com isso, aliamos teoria e prática. E podemos efetivamente determinar as melhores formas de se chegar a essas mulheres", esclarece Isabel.

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