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Justiça

Promotor que matou jovem perde cargo

Mesmo afastado das atividades, acusado de assassinato continuará a receber salário de R$ 10,8 mil

São Paulo – O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) revogou ontem a decisão do órgão colegiado do Ministério Público de São Paulo que, na semana passada, reconduziu ao cargo o promotor Thales Ferri Schoedl. A decisão é em caráter liminar e os advogados do promotor podem recorrer. Schoedl responde por homicídio e confessou ter matado a tiros o jovem Diego Mondanez, às vésperas do réveillon de 2005 (veja quadro ao lado).

O advogado Rodrigo Marzagão, que defende Schoedl, disse que ficou surpreso com a decisão. "Ainda não tomamos conhecimento do teor da decisão, mas nos surpreendemos com o que já soubemos pela imprensa. O procedimento administrativo no Órgão Especial do MP seguiu todos os trâmites normais, não houve qualquer ilegalidade na decisão", disse Marzagão.

Ele afirmou que ainda vai avaliar a possibilidade de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas antes deve conversar com Schoedl e os outros advogados que atuam no caso. "Ele (Schoedl) ficou tão surpreso quanto a gente", afirmou.

O promotor não poderá voltar a exercer a função, mas continuará a receber o salário de R$ 10,8 mil. Segundo o procurador-geral do Ministério Público (MP) de São Paulo, Rodrigo Pinho, será instaurado um procedimento administrativo para decidir se revê ou confirma, em caráter definitivo, a decisão do Órgão Especial do MP paulista, que deu ao procurador o cargo vitalício na semana passada. "Quando os controles internos falham, é preciso uma ação externa", disse Pinho. Ele ainda explicou que, se o Conselho Nacional do Ministério Público rever a decisão do MP de São Paulo, Schoedl perderá o cargo, mas ainda poderá recorrer à Justiça.

"É uma vitória porque a gente viu tanta coisa errada, tanta impunidade. De repente alguém se sensibilizou e viu que havia algo errado", disse o pai de Diego, Fábio Modanez. A mãe de Diego viajou ontem para Jales, a 585 km de São Paulo, onde o acusado deveria assumir um cargo. "A gente vai continuar fazendo manifesto", disse ela.

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