O Ministério Público do Maranhão denunciou à Justiça nesta segunda-feira (20) sete pessoas sob acusação de organizar e executar um incêndio a ônibus que causou a morte de uma menina de seis anos.
O ataque foi no último dia 3, na Vila Sarney Filho, em São José de Ribamar (região metropolitana de São Luís). Integrou, segundo a Promotoria, um conjunto de atentados ordenados de dentro do complexo penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, como represália ao aumento da segurança no local. O complexo já registrou 62 mortes de presos desde 2013 e está no centro da atual crise de segurança no estado, comandado por Roseana Sarney (PMDB).
A menina Ana Clara Santos Souza teve 95% do corpo queimado no ataque e não resistiu aos ferimentos. Outras quatro pessoas ficaram feridas, entre elas a mãe da menina e uma outra filha, de um ano, que continuam internadas -os acusados também foram denunciados pelas tentativas de homicídio.
Os denunciados, segundo a Promotoria, são presos de Pedrinhas que integram a facção criminosa "Bonde dos 40", formada por criminosos de São Luís. Já o atentado foi praticado, ainda de acordo com o Ministério Público, por quatro adolescentes que também são ligados à facção - a Promotoria pediu a internação de todos.
O atentado foi registrado por câmera de segurança do ônibus. "As cenas da câmera são chocantes e demonstram a presença dos mesmos [adolescentes] no local, totalmente indiferentes quanto às vítimas que padeciam cruelmente em meio ao fogo ardente, demonstrando um desvalor acentuado de suas condutas, com total ausência de limites", disse a promotora Geraulides Castro, segundo nota do Ministério Público.
O Ministério Público descartou participação e pediu a liberação de dois suspeitos presos após o atentado.



