Brasília Seis partidos apresentaram ontem a proposta de reforma política que pretendem aprovar na Câmara na próxima semana, em substituição ao projeto de lei que está em discussão no plenário desde a semana passada. Para atrair votos de pequenos partidos, a proposta aumenta os recursos destinados a essas legendas e prevê a realização de um referendo, em maio de 2015.
A população decidiria sobre a manutenção ou não das duas principais mudanças: o sistema de lista partidária (o eleitor vota em uma lista fechada elaborada pelo partido, digitando o número da legenda) e o financiamento público de campanha. Se a maioria rejeitar, voltam a valer as regras atuais.
Para diminuir a resistência ao sistema de lista, a proposta manteve o artigo que beneficia os atuais deputados. Os candidatos que já têm mandato terão garantidos os primeiros lugares na lista. O sistema proposto agora prevê uma votação mista na qual o eleitor primeiro escolhe a legenda e depois, se quiser, vota em um nome, entre os integrantes da lista partidária.
Metade das vagas disputadas será preenchida pela lista e a outra metade pela votação nominal. No caso de número ímpar de vagas, a maior parte será preenchida pela votação nominal. Se o partido tiver direito a apenas uma vaga em um estado, será eleito o candidato que tiver maior número de votos e não o primeiro da lista.
O financiamento das campanhas eleitorais passa a ser exclusivamente público, com recursos da União transferidos diretamente às direções nacionais dos partidos. Ficam proibidas as contribuições de empresas e pessoas físicas. Ao contrário do projeto do relator Ronaldo Caiado (DEM-GO), a emenda não estipula o valor que será gasto nas campanhas.
Caiado propõe R$ 7 por eleitor, o que daria cerca R$ 880 milhões. A proposta dos seis partidos deixa a definição do valor para a lei orçamentária da União, elaborada pelo Executivo e votada pelo Congresso. Pela proposta, 5% do dos recursos totais da campanha serão divididos igualitariamente entre todos os partidos. Na proposta do relator Caiado, apenas 1% do valor total é dividido dessa maneira. O restante dos recursos é distribuído proporcionalmente entre as legendas.
Assinaram a emenda PT, PMDB, DEM, PC do B, PPS e PSB. Os líderes desses partidos tentarão construir maioria para aprovar a novo projeto no lugar do relatório de Caiado. "Estou sentindo um clima de vitória", afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), um dos articulares da nova proposta.



