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Fronteira

Proposta quer urbanizar orla de Foz

Projeto Beira Foz prevê instalação de parques, restaurantes, avenidas e hotéis nas margens do rios Paraná e Iguaçu para combater a criminalidade

O governo da província de Misiones, na Argentina, já investiu R$ 13,5 milhões para revitalizar a orla de Puerto Iguazú, às margens do Rio Iguaçu: iniciativa serve de inspiração para o projeto Beira Foz | Christian Rizzi/ Gazeta do Povo
O governo da província de Misiones, na Argentina, já investiu R$ 13,5 milhões para revitalizar a orla de Puerto Iguazú, às margens do Rio Iguaçu: iniciativa serve de inspiração para o projeto Beira Foz (Foto: Christian Rizzi/ Gazeta do Povo)

Um projeto de iniciativa pública e privada pretende mudar a paisagem da orla do Rio Paraná, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Hoje, a área entre a barragem da Itaipu Binacional e o Marco das Três Fronteiras é cercada por portos clandestinos e moradias irregulares, usados pelo contrabando para trazer mercadorias, drogas e armas para o Brasil.

A proposta para alterar essa realidade é ocupar os 21 quilômetros de margens do rio com parques, restaurantes, avenidas e hotéis. A ideia – chamada de Projeto Beira Foz – também se estende às margens do Rio Iguaçu, entre o Marco das Três Fronteiras e a entrada do Parque Nacional do Iguaçu, em um trajeto de 17 quilômetros.

Além de criar condições para a população de Foz se aproximar e usufruir dos rios, a intervenção urbanística é uma aposta contra a criminalidade. "O projeto em si é de fundamental importância para mudar não só a cara de Foz do Iguaçu, mas a segurança de todo o país", opina o delegado-chefe da Polícia Federal (PF) em Foz do Iguaçu, Guilherme de Biagi. Segundo ele, com a ocupação da orla, a própria sociedade se torna um agente fiscalizador.

Atualmente, a orla do Paraná tem pelo menos 12 conglomerados de moradias irregulares e uma população de quase mil pessoas. Em meio às residências é comum ver imóveis de fachadas que são depósitos de drogas, cigarros e produtos contrabandeados.

O povoamento da beira rio é importante, segundo Biagi, porque a PF pode direcionar o efetivo que hoje patrulha o Rio Paraná para pontos nevrálgicos da fronteira, como o Lago de Itaipu. Ao longo do reservatório, de 1.350 quilômetros, a polícia já mapeou 3 mil miniportos e picadas na mata usados pelos criminosos.

Três eixos

O Beira Foz está dividido em três eixos: segurança e justiça; habitação e promoção social; e sistema viário. Em relação à segurança, a proposta é instalar três bases ao longo do Rio Paraná chamadas Unidades de Policiamento de Fronteira (UPFron). As estruturas blindadas que serão usadas pela Marinha, PF, Polícia Am­biental e Receita Federal estão sendo projetadas no Parque Tecnológico de Itaipu (PTI), uma das parceiras da proposta. Câmeras para monitoramento eletrônico com visão noturna também auxiliarão o trabalho policial.

O projeto envolve os governos federal e estadual, prefeitura de Foz e já tem aval dos Ministérios da Justiça e do Meio Ambiente. Ainda não há estimativa de custo para implementá-lo, mas o valor deve superar R$ 300 milhões. Uma comissão com representantes de instituições públicas e privadas, incluindo a Itaipu Binacional, União Dinâmica de Faculdades Cataratas (UDC) e Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), foi formada para levar a proposta adiante.

O diretor-superintenden­te da Fundação PTI Juan Sotuyo diz que o Beira Foz vai atrair investimentos privados e beneficiar a cidade. "O custo benefício é maior que o prejuízo gerado hoje pelo tráfico e contrabando", ressalta.

O mesmo movimento deve ocorrer no Paraguai, segundo Sotuyo. O governo paraguaio acompanha o desenvolvimento do projeto para montar uma estrutura semelhante do outro lado da fronteira, nas cidades de Hernandárias, Ciudad del Este e Presidente Franco, margeadas pelo Rio Paraná.

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