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MANIFESTAÇÃO

Protesto contra corte de árvores centenárias em Friburgo termina com uma mulher detida

Prefeitura afirma seguir estudo da Estácio que prevê corte de eucaliptos, mas manifestantes afirmam nunca ter visto estudo

Um protesto contra o corte de árvores centenárias na Praça Getúlio Vargas, em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio, teve uma mulher detida na manhã desta terça-feira. Uma parte do grupo de manifestantes se amarrou a uma das árvores para tentar impedir a ação da Serraria Melodia, empresa contratada pela prefeitura para realizar os cortes. O ato durou cerca de 3 horas e, após o tumulto, a Defesa Civil de Friburgo decidiu suspender temporariamente o corte das árvores supostamente condenadas.

Para realizar o corte de 40 eucaliptos e a poda de outros 44, a prefeitura se baseia em um estudo da universidade Estácio de Sá. No entanto, segundo a estudante Emília Ventura, de 22 anos, o grupo solicitou esse estudo para levar até especialistas da Universidade Federal Fluminense, mas ninguém conseguiu ter acesso ao documento até agora.

"Há muito tempo que não está sendo feita a manutenção da praça, as árvores nunca são podadas e falta até iluminação no local. Este ano, eles resolveram cortar porque estariam podres e oferecendo riscos à população. Não somos contra a poda, somos contra o corte indiscriminado. Não houve estudo por parte de pessoas especializadas, não tem engenheiros ambientais e biólogos. O responsável pelo estudo da Estácio é um engenheiro mecânico", afirmou Emília.

A Praça Getúlio Vargas é tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A responsabilidade de manutenção do espaço é do município e um estudo do próprio Iphan determinava o corte de 102 eucaliptos, mas a prefeitura teria optado por cortar e podar menos árvores.

Os manifestantes enviaram um documento ao Ministério Público para solicitar a intervenção do órgão na questão. "Embora a Prefeitura Municipal de Nova Friburgo tenha parceria com a Universidade Federal Fluminense - UFF, a mesma buscou parceria com a Universidade Privada Estácio de Sá para adquirir laudos e realizar prognóstico quanto às podas e cortes das árvores centenárias. Entende-se que laudos de diferentes instituições poderiam ter sido comparados antes da autorização dos trabalhos", aponta o manifesto.

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