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O terceiro dia de bloqueio da BR-469, na entrada do Parque Nacional do Iguaçu, em Foz do Iguaçu, por manifestantes não afastou os visitantes que quiseram passear pelas Cataratas neste sábado (18), mas afetou os serviços do local.

Segundo o diretor do Parque, Jorge Pegoraro, todos os passeios e atrações estavam funcionando normalmente neste sábado. Porém, como o bloqueio dos manifestantes estava impedindo a entrada de veículos, alguns serviços já começavam a ser afetados.

"Há três dias os carros de fornecedores e até o caminhão que faz a coleta seletiva de lixo são impedidos de entrar, então a situação está começando a exigir mais atenção. Estamos com dificuldades na retirada do lixo gerado e, no hotel e no restaurante, produtos como hortifrutigranjeiros e artigos de padaria estão em falta."

Para o presidente do Sindicato dos Guias de Turismo, Sidnei dos Reis, a manifestação, desde o primeiro dia, transcorreu de maneira tranquila e os prejuízos aos serviços do Parque são parte do protesto.

"Só estamos autorizando carros de polícia, ambulâncias e veículos com pessoas com deficiência. Se formos muito ‘bonzinhos’, ninguém vai se importar, então eles [a administração do Parque] vão ser penalizados enquanto não conseguirmos um retorno de nossos pedidos. Basta nos escutarem, que tudo pode se normalizar", afirmou Reis.

Segundo ele, até a manhã deste sábado (18) não havia uma data para o protesto ser encerrado, mas é cogitada uma pausa nas manifestações até que as autoridades deem uma resposta sobre as exigências. "Caso o retorno seja negativo, não descartamos a possibilidade de intensificar nossas manifestações."

Movimento

De acordo com Pegoraro, com o protesto restringindo a passagem de carros na rodovia, os visitantes estavam acessando o Parque a pé, o que facilitou para não prejudicar o movimento. Até o meio-dia deste sábado (18), a taxa de visitação estava até acima do esperado.

"Por enquanto, duas mil pessoas entraram no parque, mas a expectativa é que, até o fim do dia, mais dois mil visitantes entrem", diz Pegoraro. Os funcionários também foram liberados para acessar o Parque a pé, o que não prejudicou a rotina do local.

Reivindicações

Na tarde deste sábado, estava previsto um encontro entre as lideranças do movimento e a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, que cumpre agenda política na região, para entregar uma carta com as reivindicações dos manifestantes. O grupo planeja ainda entregar um abaixo-assinado à ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Os protestos começaram na quinta-feira (16), quando taxistas, guias e transportadores do turismo de Foz do Iguaçu rejeitaram a decisão da Justiça de restringir a circulação de veículos na reserva e exigem a regulamentação do serviço.

Desde quinta-feira, quando a decisão voltou a valer depois de 14 dias de suspensão, apenas os ônibus da concessionária responsável pela recepção de visitantes é autorizada para fazer o transporte dos turistas.

O translado dos hóspedes do Hotel das Cataratas, empreendimento construído próximo às Cataratas do Iguaçu, é feito por vans contratadas pelo estabelecimento. Funcionários e fornecedores também podem ingressar na reserva com seus veículos.

A ação que gerou a decisão da Justiça Federal, movida por uma ONG ambientalista de Porto Alegre (RS) defende a restrição da circulação de veículos na unidade de conservação como forma de reduzir o número de atropelamentos de animais e de proteger o ecossistema local.

Registros da administração do parque contabilizam 37 casos de atropelamentos de animais este ano, o último deles de uma fêmea de veado-mateiro, no dia 8 deste mês. Em 2009, uma onça-pintada também foi morta.

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