• Carregando...

São Paulo – Manifestações em 16 estados e no Distrito Federal, com passeatas, greves, invasões e bloqueios de rodovias, marcaram ontem o dia nacional de protestos contra as propostas de reforma das leis trabalhistas e previdenciária e também contra a política econômica do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Em São Paulo, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Sul ocorreram confrontos com a polícia.

Na Baixada Santista, 80 manifestantes que interditaram a rodovia Piaçagüera-Guarujá foram detidos e autuados pela polícia civil, por dificultar o funcionamento de meio de transporte público. Em Pernambuco, um soldado do Exército foi detido pela polícia civil acusado de ter atirado para o alto na tentativa de dispersar um grupo de manifestantes. Em Porto Alegre, um professor teve ser levado para um pronto-socorro, após ser atingido por um golpe de cassetete desferido por um policial militar, durante manifestação que reuniu cerca de 2,5 mil pessoas no centro da cidade.

São Paulo

Na capital paulista, cerca de 5 mil manifestantes que tentaram entrar na Assembléia Legislativa – para acompanhar a votação do projeto de reforma da previdência estadual, apresentado pelo governador José Serra – foram impedidos pela direção da Casa. Convocada, a Polícia Militar usou cassetetes e spray de pimenta para conter os manifestantes.

Foi a maior demonstração de força já organizada por sindicatos e movimentos sociais na era Lula. Também foi a primeira a reunir organizações de diferentes tendências de esquerda e trabalhadores dos mais diversos setores – de professores aos sem-terra, passando por petroleiros, bancários, funcionários públicos.

Segundo o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, o que se viu foi o prenúncio da greve geral com que os sindicatos pretendem parar o Brasil, caso suas reivindicações não seja ouvidas. "Estamos nos preparando: se o Congresso aprovar a Emenda 3, vetada pelo presidente Lula, vamos fazer greve geral", disse ele, durante um protesto diante da sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista. Cerca de 1.200 pessoas participaram do ato – para o qual estava prevista a reunião de 10 mil.

CUT

Nas manifestações, os sindicatos filiados à CUT, que é vinculada ao PT, referiram-se apenas à questão da Emenda 3 – que é vista por eles como o primeiro passo para mudanças mais profundas na legislação trabalhista do país. Por esse viés, acabaram transformando o dia de protesto num dia de apoio ao presidente Lula, que vetou a emenda.

O que os sindicalistas desejam é que o Congresso mantenha o veto. Em São Paulo, a CUT também enfatizou os ataques ao governo José Serra – particularmente às propostas de mudança no sistema previdenciário.

Mas as outras organizações foram além da questão da emenda. O Movimento dos Sem-Terra (MST), que promoveu 30 paralisações de rodovias em nove estados e despachou seus militantes para engrossarem atos e marchas nas capitais, atacou a política econômica do governo federal e o modelo do agronegócio para o campo – que estaria impedindo a reforma agrária.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]