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Pesquisa

Quanto mais estudo, menos filhos

Rio e Curitiba – Quanto mais escolarizada, a mulher opta por ter menos filhos. A conclusão consta da Síntese de Indicadores Sociais divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A relação entre escolaridade e fecundidade vale tanto para mulheres brancas como negras. Mesmo assim, a fecundidade é menor entre mulheres brancas do que entre as de cor negra em todas as regiões do país.

Em 2004, mulheres em idade fértil – 15 a 49 anos – com baixo nível de instrução escolar, o que significa até três anos de estudo, tinham em média 3,9 filhos. Já para as mulheres com oito anos ou mais de estudo, a taxa de fecundidade caía para 1,5 filho.

Entre mulheres que recebiam mais de cinco salários-mínimos, por exemplo, e tinham até três anos de estudo, a média era de 4,3 filhos. Já entre mulheres com a mesma faixa de renda, mas com oito anos ou mais de estudo essa média caía para 1,4 filho.

Diferença

Mesmo galgando cargos no mercado de trabalho, as mulheres com alta escolaridade ainda ganham menos em relação aos colegas homens na mesma posição, aponta a pesquisa. Apesar de o estudo ter reflexos no salário das mulheres, entre pessoas com alto nível de preparo é maior a disparidade de rendimento entre homens e mulheres. Enquanto mulheres com até quatro anos de estudo receberam em 2004 80,8% do rendimento dos homens com esse nível de escolaridade, aquelas com 12 anos ou mais de banco escolar receberam 61,6% do rendimento dos homens.

A gerente geral de um hotel de Curitiba, que prefere não se identificar, conta que três outros colegas de mesmo nível ganham 50% mais do que ela, mesmo tendo pós-graduação e mais preparo do que alguns deles. "Acredito que, se fosse homem, meu salário seria maior. Quando as pessoas contratam um homem pensam em questões como o sustento da família, a relevância da renda para o homem", diz.

Para a consultora de empresas de Curitiba Maria Christina Andrade Vieira esse fato é corrigido nas grandes empresas, que vêm se esforçando para igualar os valores como política de responsabilidade social.

"Principalmente as multinacionais têm essa preocupação, assim como em contratar pessoas da raça negra", lembra.

Mais de 90% das mulheres brasileiras trabalham fora e ainda cuidam dos afazeres domésticos, que as mantêm ocupadas por mais 4,4 horas diárias, segundo estudo.

A dupla jornada é mais pesada na região Nordeste, onde as mulheres gastam mais horas no trabalho doméstico.

Na outra ponta, as mulheres do Distrito Federal são as que dedicam menos tempo aos afazeres do lar.

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