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Ensino médio

Quase 80% das escolas públicas do PR tiraram nota vermelha no Enem

A maioria dos colégios públicos não obteve sequer 500 pontos na média do exame, cuja pontuação vai até mil. Entre os estaduais, só um tirou mais de 600

O câmpus Curitiba da UTFPR será incorporado à Reitoria da instituição | Diego Pisante/ Gazeta do Povo
O câmpus Curitiba da UTFPR será incorporado à Reitoria da instituição (Foto: Diego Pisante/ Gazeta do Povo)

Das 402 escolas estaduais do Paraná que tiveram as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2011 divulgadas nesta semana, apenas uma alcançou mais de 600 pontos. Mesmo no ranking paranaense os resultados foram ruins. Depois do Colégio da Polícia Militar, que obteve a 27.ª melhor média no estado, o mais bem colocado foi o Colégio Estadual Newton Guimarães, de Londrina, com nota suficiente para alcançar apenas a 109.ª posição.

Ao dividir as escolas por faixas de nota, também fica evidente a discrepância de desempenho entre particulares e públicas. A maior parte das privadas (46,5%) tirou entre 550 e 600 pontos, enquanto a maioria dos colégios públicos (77,9%) ficou na faixa dos que não obtiveram sequer média 500, em uma pontuação que vai até mil.

No entanto, o cálculo das médias no Enem por rede de ensino mostram que as escolas públicas do estado atingiram 484,4 pontos e superaram a média nacional, que foi de 474,2. A média das instituições particulares do Paraná (559,6) ficou abaixo da média das particulares no Brasil, que chegou 569,2.

Segundo a professora Inge Suhr, coordenadora pedagógica de graduação do Centro Universitário Uninter, vários fatores devem ser ponderados na análise dos desempenhos, especialmente o perfil socioeconômico dos alunos. "O estudante das particulares tem mais acesso a bens culturais, como jornais, viagens etc. A própria busca por conhecimento é mais qualificada", diz.

Para Inge, como os colégios estaduais recebem todo tipo de estudante, sem filtros como mensalidade ou processos de seleção, o público atendido – e que faz o exame – é muito heterogêneo. "Até os anos 90 o ensino médio era para a minoria, e ainda hoje os mais carentes não tem muitas expectativas com o Enem", explica.

Providências

Segundo o coordenador de Planejamento e Avaliação da Secretaria de Estado da Educação (Seed), Leandro Antonio Jiomeke, a secretaria já está trabalhando com os dados divulgados na quinta-feira e destaca a necessidade de se relativizar os números, já que várias escolas não tiveram os resultados divulgados por não alcançarem uma participação no exame de pelo menos 50% dos alunos.

Jiomeke afirma ainda que o Sistema de Avaliação do Estado do Paraná (Saep), aplicado pela primeira vez na quinta-feira, será usado para identificar os problemas no ensino médio do estado. "O professor terá mais subsídios, poderemos diagnosticar melhor", diz.

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