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Acidente aéreo

Queda de avião bimotor mata 16 pessoas em Pernambuco

Aeronave caiu quatro minutos depois da decolagem, a 100 metros da praia de Boa Viagem, no Recife. Corpos ficaram carbonizados

Apenas parte da cauda e da asa esquerda do avião que caiu no Recife puderam ser identificadas: destroços se espalharam em um raio de 20 metros | Alexandre Gondim/Reuters
Apenas parte da cauda e da asa esquerda do avião que caiu no Recife puderam ser identificadas: destroços se espalharam em um raio de 20 metros (Foto: Alexandre Gondim/Reuters)

Dezesseis pessoas morreram na queda de um avião bimotor no início da manhã de ontem, no bairro de Boa Viagem, zona sul do Recife (PE). A aeronave modelo LET-410, da empresa Tcheca LET Aircraft, fazia o voo 4896 da Noar Linhas Aéreas e havia decolado às 6h51 do Aeroporto dos Gua­­rarapes com destino a Mossoró (RN), com escala em Natal, com 14 passageiros e dois tripulantes.Cerca de quatro minutos após decolar, a aeronave caiu em um terreno desocupado na Avenida Boa Viagem, a 100 metros da praia e a quatro quilômetros do aeroporto, e pegou fogo. De acordo com a Aeronáutica, 55 segundos depois da decolagem, o piloto Rivaldo Cardoso informou à torre de controle que estava com problemas e que faria um pouso forçado na praia de Boa Viagem.

Com o impacto, a aeronave pegou fogo e depois explodiu. Segundo testemunhas, o piloto ainda evitou um choque com um galpão em obras e uma casa, mudando a rota do avião. Os destroços ficaram em um raio de 20 metros. Apenas uma parte da cauda e outra da asa esquerda podiam ser identificadas.

Quarenta e cinco homens do Corpo de Bombeiros seguiram em três viaturas para o local, onde chegaram cerca de meia hora depois da queda, para fazer o resfriamento da aeronave. Também foram deslocadas cinco ambulâncias para a área. Não foi possível fazer salvamentos, todos os corpos estavam carbonizados. Às 12h30, os 16 corpos foram retirados dos destroços e encaminhados para o Instituto de Medicina-Legal (IML). Peritos coletaram amostras de DNA dos parentes para fazer a identificação.

Manutenção em dia

As causas do acidente estão sendo investigadas pelo Serviço Re­gio­­nal de Investigação e Pre­ven­ção de Acidentes Aero­náuticos (Seripa), da Aeronáutica. O avião tinha apenas um ano de uso. Foi comprado pela empresa em 2010, quando ela começou a operar, com duas aeronaves iguais. O tempo no momento do acidente era bom.

O empresário Jairo Gonçalves, 51 anos, irmão do copiloto Roberto Gonçalves, 55, morto no acidente, afirmou que Roberto contava que os LET-410 apresentavam problemas de perda de potência ao decolar. Pai de seis filhos, o copiloto não estava escalado para o voo. "Ele recebeu um telefonema de um amigo que pediu para trocar a escala e aceitou", disse o empresário.

A diretoria da Noar informou que nenhum tripulante relatou problemas com a potência das aeronaves e que o avião acidentado passou por manutenção sábado, domingo e segunda-feira. A documentação do avião e dos pilotos está em dia, segundo a Agência Nacional de Aviação Civil. O Relatório de Condição de Aeronavegabilidade venceria apenas em 2013.

Caixas-pretas

Uma equipe de investigação localizou e retirou as caixas-pretas da aeronave à tarde. O FDR (Flight Data Recorder) – que registra as informações do voo – e o CVR (Cockpit Voice Recorder) – que grava a conversa da cabine – serão levados ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A leitura dos dados será realizada desde que os materiais não estejam danificados.

Os motores da aeronave, também retirados do local do acidente, serão encaminhados para o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial, em São José dos Campos (SP), para análise.

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