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Acidente

Queda de avião no Amazonas ocorreu próximo a pista de pouso desativada

O local onde caiu o avião modelo Embraer Bandeirante, em Manacapuru (AM), no último dia 7, fica a apenas um quilômetro de distância da cabeceira de uma pista de pouso desativada. A informação foi confirmada nesta sexta-feira (13), em Manaus, pelo chefe do 7º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VII), tenente-coronel Vladimir Passos.

Segundo o dirigente do Seripa, a pista tinha condições de receber o pouso do Bandeirante e pode ser que a proximidade com o local tenha levado o piloto para lá, depois de ter informado não conseguiria pousar em Manaus e perder o contato com os controladores de vôo.

"O piloto era muito experiente. Tinha 23 anos de trabalho e, possivelmente, sabia da existência daquela pista. Vamos investigar se a proximidade com a pista foi uma infeliz coincidência ou se ele foi forçado a chegar naquele local por outro motivo. É um dado relevante, mas não dá para afirmar nada sobre isso agora", declarou Passos.

As causas do acidente estão sendo investigadas pela Aeronáutica. Segundo a direção do Seripa, os motivos que resultaram na queda do avião podem estar relacionados a fatores diversos, entre eles aspectos humanos, técnicos ou meteorológicos.

Para realizar as investigações, o Seripa coletou destroços do avião, líquidos que estavam dentro da aeronave e entrevistou sobreviventes e familiares das vítimas.

Também irão compor o material de investigações os laudos cadavéricos feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) de Manaus, informações meteorológicas e dados sobre as condições técnicas relacionadas aeronave e tripulação. A caixa preta da aeronave não foi danificada e poderá ser analisada em Manaus, Belém ou em algum laboratório no exterior.

Ainda assim, a transcrição da conversa entre piloto e torre de controle já está sendo feita pelo Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo em Manaus (Cindacta IV), segundo Passos.

"Ainda não sabemos onde será analisado, mas se for preciso sair de Manaus, o Seripa vai levar o CVR [sigla em inglês, que significa gravação do áudio registrado pela caixa preta] aonde for preciso", informou.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a capacidade do avião Bandeirante é de 19 pessoas e dois tripulantes. Antes de decolar, o piloto teria informado aos controladores de vôo que 20 passageiros estavam bordo. Contudo, conforme a direção do Seripa, no avião haviam 26 passageiros e dois tripulantes. Depoimentos dos sobreviventes apontam que as crianças que estavam bordo viajavam no colo de alguns adultos. Essas informações também são relevantes para as investigações.

"O piloto informou torre de comando que só haviam 20 passageiros. Estamos considerando essas informações porque isso pode comprometer o equilíbrio da aeronave. Não sabemos por que motivo ele passou um número errado de passageiros. Não descartamos a hipótese de ele não saber quantos estavam a bordo. Mas também se ele não sabia, queremos saber a causa disso", concluiu Passos.

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