
Quem deu o primeiro passo ousado da nova matriz econômica foi o Banco Central, sob o comando de Alexandre Tombini. Argumentando que a crise internacional tinha “viés desinflacionário”, o BC começou a reduzir a taxa básica de juros em agosto de 2011, com a inflação em mais de 7% ao ano, acima do teto da meta (6,5%).
E, de fato, o IPCA recuou na sequência, chegando em meados de 2012 ao menor nível no governo Dilma: 4,92% ao ano, ainda acima do centro da meta (4,5%). Os juros baixariam até 7,25% ao ano no fim de 2012, o menor nível da história. Em paralelo, a presidente obrigou os bancos públicos a baixar ainda mais o custo final dos empréstimos.
Mas o dragão estava apenas adormecido. No fim de 2015, a inflação chegaria a 10,67%, maior taxa desde 2002. E o próprio BC admitiria – discretamente, num relatório trimestral de inflação – que boa parte da pressão inflacionária dos últimos anos resultou daquela redução da taxa de juros.



