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Índios da Raposa Serra do Sol acompanham pela tevê o julgamento da ação no STF. | Valter Campanato/ABr
Índios da Raposa Serra do Sol acompanham pela tevê o julgamento da ação no STF.| Foto: Valter Campanato/ABr

Por 10 a 1, o Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a demarcação contínua de terra da reserva indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. O STF determinou também a saída da reserva dos arrozeiros e não índios, que vivem e trabalham no local.

Os termos da saída, entretanto, serão definidos pelo relator da ação, Carlos Ayres Britto. A reserva tem uma área de 1,7 milhão de hectares.

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Correa, disse que o prazo para a retirada dos arrozeiros será o "do bom senso" e o necessário "para que a execução se dê de acordo com a decisão do tribunal, dentro dos seus limites".

Na opinião do ministro da Justiça, Tarso Genro, a PF e a Força Nacional estão prontas para executar a retirada pacífica dos não indígenas. "Tenho a convicção de que na questão Raposa, em razão da sucessão de fatos que ocorreram lá, do debate jurídico e político que ocorreu, nós vamos ter certamente uma desocupação pacífica. Se assim não fosse, estaríamos já perante uma postura de insurreição contra o Estado que seria promovido pela violência", disse.

O advogado-geral da União, José Antônio Dias Tóffoli, disse que a definição tomada ontem pela Suprema Corte servirá de referência para outros julgamentos sobre processos demarcatórios envolvendo terras indígenas.

Na reserva vivem cerca de 18 mil indígenas de cinco etnias diferentes. Localizada nas fronteiras com a Venezuela e a Guiana, a área foi homologada em 2005 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A área virou foco de conflito e tensão envolvendo governo federal, governo estadual, igreja, indígenas e ONGs (organizações não governamentais).

Para que a manutenção da demarcação contínua de terra seja mantida, os indígenas terão de cumprir 19 condições aprovadas pelo STF. O presidente do Supremo, Gilmar Mendes, recomendou que todo o trabalho seja coordenado pelo Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região.

Para a Suprema Corte, o uso das terras deve ser limitado, com respeito ao meio ambiente e às riquezas naturais, e também com a presença de forças policiais e Armadas.

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