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Delegacia foi isolada para controlar a rebelião | João Varella/ Gazeta do Povo Online
Delegacia foi isolada para controlar a rebelião| Foto: João Varella/ Gazeta do Povo Online

Um preso morre na delegacia de São José dos Pinhais

  • Muitos curiosos foram até a frente da delegacia

Foi controlada a rebelião de presos que teve início no final da manhã desta segunda-feira (1º), na delegacia de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba. A rebelião terminou por volta das 15 horas, após negociação dos presos com a juíza Luciane de Paula, da 1º Vara Criminal de São José dos Pinhais, e representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Os dois carcereiros feitos reféns foram libertados sem ferimentos.

Uma fuga de quatro (e não três, como havia sido divulgado inicialmente) presos da delegacia deu início a rebelião quando uma dupla de carcereiros foi rendida quando serviam o almoço - mesma brecha usada pelos detentos do 12º Distrito Policial, de Santa Felicidade, em Curitiba, na última rebelião em delegacia da região. Investigadores que estava no plantão dispararam três tiros para o alto para conter a fuga dos outros presos.

Uma equipe da Polícia Militar entregava criminosos presos em flagrante quando a rebelião se iniciou. A coincidência fez com que alguns fugitivos fossem recapturados nas imediações da delegacia. Rodrigo Silvério Proença, 22 anos, levou um tiro na perna e está sendo medicado no Hospital São José. O fugitivo não corre risco de perder a vida. Júlio César de Freitas, 18 anos, morreu com um ferimento provocado por arma de fogo a caminho do Hospital Cajuru, em Curitiba. Alisson Augusto da Silva, 21 anos, se entregou e foi reconduzido a carceragem. Elton Ricardo Salvador, 21 anos, não foi localizado.

O advogado Dirceu Precoma, vice-presidente da OAB de São José dos Pinhais, disse que a delegacia, com vagas para 36 presos, está com 120. Entre os presos, com idade média de 22 anos, 10 já foram condeandos e aguardam vaga em um presídio do estado. Precoma afirma que os dados foram requisitados no dia 29 de outubro, mas só nesta tarde as informações foram entregues. A Comissão de Direitos Humanos da OAB do Paraná disse, por meio de assessoria de imprensa, que a cadeia deve ser vistoriada na manhã de terça-feira (2).

O delegado Osmar Dechiche justificou que a super lotação nas delegacias é comum em todo Estado. "Outro motivo para a rebelião é que chega esta época de final de ano os presos ficam mais sensíveis. Querem sair de qualquer jeito", disse o delegado. Familiares e amigos de presos faziam eco as queixas dos detentos, pedindo às autoridades melhores condições. De acordo com a 1ª Companhia do 17º Batalhão da Polícia Polícia Militar, os três presos fugiram por volta das 11h30 desta manhã. O tenente Marcos Silva, coordenador do policiamento do 17º BPM, que coordenava as investigações no início da rebelião, afirmou que os presos pediam mais espaço na cadeia.

Silva diz que a situação foi controlada e que ninguém foi ferido. O tenente conta no momento em que se iniciou a manifestação, uma equipe da Polícia Militar fazia entrega de presos, o que ajudou a conter os detentos.

Após as mais de três horas de negociações, os policiais fizeram uma revista nos presos e nas celas. Segundo o delegado, foi encontrado um telefone celular introduzido no ânus de um dos detentos. Ele será levado para o hospital, onde deve passar por procedimentos cirúrgicos.

Por volta das 14h, a Polícia Civil assumiu as negociações. Membros do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) e do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) foram deslocados para a delegacia. O Comando e Operações Especiais (Coe), vinculado à Polícia Militar, também foi convocado.

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