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Pedras que bloquearam parte da Rio-Santos deverão ser implodidas, mas não há previsão para liberação total da pista | Marcos de Paula/AE
Pedras que bloquearam parte da Rio-Santos deverão ser implodidas, mas não há previsão para liberação total da pista| Foto: Marcos de Paula/AE
  • Confira o saldo da tragédia no Rio após as fortes chuvas na semana passada

Rio de Janeiro - A recuperação do Rio de Janeiro, depois das chuvas que resultaram na morte de pelo menos 249 pessoas, poderá custar entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões. O cálculo é do prefeito do Rio, Eduardo Paes. Segundo ele, a prefeitura está elaborando um mapeamento geológico da cidade para identificar em que áreas há encostas e que regiões podem ou não receber reassentamentos. Na madrugada de ontem, um deslizamento de pedras fe­­chou uma das pistas da rodovia Rio-Santos, na altura do km 445.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, deverá receber hoje a conclusão do Plano Diretor de Re­­moção, que vai mapear as áreas de risco em todo o estado. Ele deverá assinar um decreto para retirar à força as famílias que vivem em áreas consideradas de altíssimo risco. O mapeamento vai seguir quatro classificações: baixo risco (cor azul), médio risco (cor amarela), alto risco (cor vermelha), e altíssimo risco (cor preta). As pessoas que residem nas áreas consideradas de altíssimo risco deverão sair imediatamente de suas casas. No caso de recusa, poderão ser retiradas pela polícia.

O presidente do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio, Luiz Zveiter, defendeu ontem que as remoções em favelas ocorram até mesmo sem a apresentação de laudos técnicos sobre as áreas de risco. "Se há necessidade de demolição e a gente pode superar algum laudo, verificar visualmente, através de um perito, que há possibilidade de cair, vamos fazer. Não vamos nos ater à Lei Orgânica, a isso ao aquilo. O tecnicismo às vezes contribui para o caos e para a catástrofe", afirmou Zveiter.

Demolição

A demolição de 150 das 1,2 mil ca­­sas condenadas pelas chuvas no Com­­plexo do Alemão, no Rio, co­­meçou na manhã de ontem. Cerca de 4,8 mil pessoas tiveram de deixar suas casas. Outros 100 imóveis devem ser derrubados na Comu­nidade Fazendinha, 100 no Con­junto das Casinhas, 250 no Morro do Adeus e 600 no Vale da Espe­rança. Os moradores receberão o aluguel social, no valor de R$ 400.

O temporal da semana passada causou impacto também no turismo. Só com o fechamento do Cris­to Redentor, cujos acessos estão interditados sem previsão de abertura, o prejuízo mensal para o governo federal será de R$ 3 mi­­lhões. Em todo o Parque Nacional da Tijuca há 283 pontos de deslizamento. A Estrada de Ferro do Corcovado e a Estrada das Paineiras, principais acessos ao Cristo, estão obstruídas. E o caminho alternativo, a Estrada do Redentor, cedeu. Os serviços de limpeza e obras de contenção começaram ontem e a previsão é de que o trabalho dure seis meses.

O número de mortos no estado subiu para 249 ontem. Niterói já soma 164 óbitos. O estado registra ainda 161 pessoas feridas em decorrência das chuvas.

Depois do deslizamento de ontem, não há previsão para liberação total da Rodovia Rio-Santos. As pedras deverão ser implodidas. Os motoristas que se dirigem para o Rio não encontram dificuldades, já os motoristas que saem do estado em direção a São Paulo devem usar a Rodovia Presidente Dutra e retornar para a Rio-Santos.

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