O porto seguro que o garoto Paulinho (nome fictício), 14 anos, encontrou para se abrigar após fugir de casa por causa de maus-tratos do padrasto coloca sob suspeita um homem de 25 anos. O adolescente foi encontrado anteontem, morando na casa de um protetor, em Pinhais, e disse que não quer voltar para casa. "Prefiro ir para um abrigo a voltar para casa, por causa do meu padrasto."
Paulinho desapareceu há 86 dias da residência onde morava com a mãe, o padrasto e a irmã de 8 anos, em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba. A denúncia foi feita por telefone ao Movimento Nacional em Defesa da Criança Desaparecida (Crisdespar), ONG (organização não-governamental) que distribuiu cartazes com a foto do adolescente no início do mês.
Paulinho fugiu no dia 12 de novembro de 2005. Perambulou alguns dias no Centro de Curitiba, até conhecer o homem que o abrigou em Pinhais.
Nos três meses fora de casa, o garoto diz que viveu com conforto e ganhou presentes, como videogame. Fez duas viagens, sendo uma para o litoral. Paulinho foi levado pelo Conselho Tutelar ontem para um abrigo em Fazenda Rio Grande. O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Exploração Sexual e Maus-Tratos (Nucria) investiga o caso.
A mãe diz que o futuro do filho é viver com os avós paternos, na cidade de São Brás, no interior de Alagoas. Ela confirmou que seu companheiro é violento, mas disse que tem medo de denunciá-lo. A mulher é costureira, tem 40 anos, já casou três vezes e tem cinco filhos, dos quais dois são menores.
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