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MEC afasta servidores

Agência Estado

O Ministério da Educação (MEC) informou nesta quinta-feira que os servidores do IFPR que "estão sob investigação serão imediatamente afastados de suas funções a fim de resguardar o andamento das investigações". O ministério vai abrir ainda processo administrativo disciplinar para apurar as responsabilidades dos servidores. Segundo informações da PF, dois funcionários do IFPR serão afastados de suas funções devido às investigações.

O reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná (IFPR), Irineu Mário Colombo, será afastado temporariamente do cargo a partir da próxima segunda-feira (12), a pedido da Justiça Federal. A informação foi passada pelo próprio reitor durante coletiva na tarde desta quinta-feira (8). "Não sei o motivo da decisão da Justiça, mas considero natural", disse. Ele afirma que vai colaborar com as investigações e que só tomou conhecimento da ação da Polícia Federal (PF) hoje, depois que 18 pessoas foram presas com a deflagração da Operação Sinapse.

Segundo o reitor, ele teria identificado as irregularidades logo que assumiu a reitoria, em junho de 2011, e teria pedido uma investigação da Controladoria Geral da União (CGU) no IFPR, além de ter iniciado auditoria interna no órgão naquele mesmo ano. Ele diz, ainda, que nenhum contrato foi assinado com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips) durante a sua gestão. A fiscalização da CGU – que ajudou a PF a descobrir o esquema – teria sido pedida pelo IFPR em dezembro de 2011.

Vídeo mostra ação da Polícia Federal no IFPR; assista

Em maio do ano seguinte, o reitor afirma ter proibido a reimpressão de livros por meio das Oscips. Esse serviço seria um dos que estão sob suspeita de superfaturamento. Em dezembro do mesmo ano, um termo de parceria com as Oscips no valor de R$ 20 milhões foi suspenso, segundo o reitor.

Ele afirma ainda ter exonerado a Diretoria de Educação a Distância e feito pedidos de sindicância à CGU em novembro de 2012 e maio do ano seguinte. As Oscips foram contratadas sem licitação para serviços ligados a educação a distância. A suspeita é de que elas estariam cobrando valores acima do mercado.

"A única razão pela qual o IFPR não encerrou em definitivo e de forma imediata os termos de parceria vigentes foi o compromisso institucional de formar mais de 20 mil alunos estudando cursos a distancia", disse o reitor. Colombo foi deputado federal entre 2003 e 2007 e deputado estadual entre 1995 e 2003 pelo PT. Ele foi eleito como reitor do IFPR para ocupar o cargo entre 2011 e 2014.

A reportagem procurou o ex-reitor Alípio Leal, que hoje é secretario de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do governo estadual, mas a assessoria de imprensa da secretaria informou que ele estava em agenda externa e não o localizou. Os contratos com as Oscips teriam sido assinados entre 2009 e 2011, quando Leal era reitor.

Operação

A PF do Paraná deflagrou uma operação nesta quinta-feira (8) para prender suspeitos de integrarem um esquema de desvio de dinheiro público da área de ensino a distância do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Paraná (IFPR). A suspeita é de que um grupo que atuava em Curitiba tenha desviado pelo menos R$ 6,6 milhões.

No total, 18 mandados de prisão foram cumpridos na ação que foi batizada como "Operação Sinapse", sendo que três dos presos são professores da entidade. Pela manhã, 14 tinham sido presos e no início da tarde foram concluídas todas as prisões, segundo a assessoria de imprensa da PF. O esquema de corrupção envolvia funcionários do instituto e de duas Oscips sediadas em Curitiba.

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