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Brasília (Folhapress) – O relatório final da CPI dos Correios deverá sanar uma dúvida que paira desde as denúncias feitas pelo deputado cassado Roberto Jefferson, passando pela investigação fracassada da CPI do Mensalão e pela constante contestação dos deputados e senadores que compõem a base aliada: o mensalão existiu ou não haveria provas de que deputados receberam dinheiro para votar com o governo?

A CPI dos Correios deve ser cabal no relatório final e afirmar que o mensalão existiu. O presidente da comissão, senador Delcídio Amaral (PT-MS), afirmou que os técnicos, auditores, deputados e senadores que analisam os dados em posse da CPI concluíram o confronto de datas dos repasses dos recursos do valerioduto com as votações na Câmara dos Deputados.

Desta vez, de acordo com Delcídio, a análise teria corrigido imprecisões nos levantamentos feitos anteriormente, quando algumas votações eram pinçadas pelos dois lados: pelos que queriam provar a existência do esquema e pelos governistas que pretendiam desconstruir a tese.

"Há muita coincidência entre as datas dos saques e votações", disse Delcídio. "Fizemos uma filtragem em todas as informações e agora tem muito mais consistência [a tese do mensalão]. É triste", acrescentou o presidente da CPI, ex-líder do PT no Senado.

No primeiro confronto de informações, divulgado pelo líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), havia saques vultosos de recursos em datas que coincidiam com votações que, politicamente, não demandariam o dispêndio de recursos para garantir sua aprovação, como o estatuto do idoso.

No relatório parcial da CPI divulgado em dezembro do ano passado, a tese da existência do "mensalão" foi reforçada, mas novamente a coincidência entre votações no plenário da Câmara com o repasse de recursos provenientes das contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza deixava dúvidas.

O relator da comissão, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), dizia que os membros da CPI não se debruçariam sobre a investigação da tese do "mensalão", pois o assunto caberia inicialmente à CPI criada para apurar as denúncias. No entanto, em reunião com os integrantes da comissão, Delcídio determinou a apuração das informações relacionadas ao suposto esquema.

No esboço do relatório final, divulgado em janeiro por alguns integrantes da comissão, um dos objetivos apontados é justamente o de estabelecer "um relatório mais consistente entre os pagamentos efetuados por Marcos Valério aos partidos e parlamentares demonstrando, com maior exatidão, as fontes de recursos, beneficiários e correlação com eventuais votações parlamentares".

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