Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
rmc

Representante da OAB afirma que presos foram agredidos em Araucária

Com base em um laudo do IML, advogado afirma que detentos teriam sofrido violência de agentes da Polícia Militar e do Gaeco. Caso ocorreu no final de agosto

A polícia pediu ao Ministério Público, nesta terça-feira (8), prorrogação de prazo para investigar denúncias de agressão de agentes da Polícia Militar (PM) e do Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) a presos da delegacia de Araucária, na região metropolitana de Curitiba. A suposta violência teria acontecido no dia 20 de agosto, durante operação conjunta da PM e do Gaeco no interior da carceragem, para coibir crimes relacionados ao tráfico de drogas.

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) em Araucária, Herbert Rehbein, os laudos da Criminalística confirmam que de fato houve agressão aos presos. Na ocasião, segundo testemunhas ouvidas pela OAB, a comida dos presos foi jogada nos vasos sanitários e foi colocado sabão em pó no chão da carceragem, para que os homens escorregassem. Pelo menos quatro presos teriam sofrido violência direta. "Estamos acompanhando a situação desde o começo. Recebemos o inquérito e ele aponta, através do laudo, que os detentos realmente foram agredidos", afirma. O Instituto Médico Legal (IML), que fez os exames nos presos, informou não poder comentar o resultado pericial. O delegado titular de Araucária, Amadeu Trevisan, afirma que todos os presos já foram ouvidos, mas ainda não está claro o que teria ocorrido no presídio. "No momento, não posso dar detalhes como o resultado de laudos do IML, porque ainda estamos apurando as informações. Achamos necessário pedir mais tempo para diligências", disse Trevisan. Até o momento, nenhum agente da PM ou do Gaeco foi denunciado formalmente.

Relembre o caso

A suposta agressão teria acontecido na manhã de terça-feira (20), na delegacia de Araucária. O local recebia uma ação conjunta do Gaeco e do BOPE, chamada de Operação Xadrez, que cumpriu 12 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão, sendo dois em nome de pessoas já detidas. A ação, segundo nota divulgada pelo MP ainda na terça, foi motivada por crimes relacionados ao tráfico de drogas, com a participação de presos, a partir de investigações iniciadas em março deste ano.

Naquele mesmo dia, três presos foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exames de lesão corporal. Eles apresentavam cortes e escoriações pelo corpo, e alegavam ter sofrido agressões. No mesmo dia, o Gaeco emitiu nota confirmando a operação, mas negando qualquer abuso. Segundo a nota, "a ação foi executada com o devido respeito às pessoas dos presos".

Procurada pela reportagem nesta terça, a assessoria do MP, que responde pelo Gaeco, afirmou que não foi denunciada formalmente, e mantém a posição de que não houve violência. O MP destacou, ainda, que nove investigados na operação tiveram denúncia aceita pela Justiça, pelos crimes de associação para o tráfico e peculato, no dia 6 de setembro.

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.