Cinco meses depois da queda da marquise do anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), os escombros permanecem no local. A marquise caiu na tarde de 12 de fevereiro, um domingo, matando duas pessoas e ferindo 21. Estudantes e pesquisadores estavam no local em razão do 26.º Congresso Brasileiro de Zoologia, que começou naquele dia. O prédio não foi mais usado e a marquise permanece no chão.
A intenção da prefeitura do câmpus é avaliar a estrutura do anfiteatro e verificar o que precisa ser feito para que o prédio volte a ser usado. "É provável que a estrutura esteja boa e, nesse caso, o prédio será revitalizado. Mas paramos na questão judicial", disse o prefeito do câmpus, Walter Germanovix. Segundo a assessoria jurídica da UEL, uma ação civil ajuizada pela empresa que construiu o anfiteatro (a Construtora Mercosul de Projetos e Obras Ltda, com sede em Toledo) impede que os escombros sejam removidos. A ação tem o objetivo de garantir a produção de provas para a defesa da empresa e foi protocolada em fevereiro.
Segundo a advogada Maria Cláudia Aranda de Souza, da assessoria da UEL, a universidade fez petição no mês de junho solicitando à Justiça a liberação da parte do prédio que não tem relação com a marquise, mas ainda não obteve resposta. "Estamos aguardando o provimento desse recurso. Uma vez realizada a produção de provas, o local poderá ser liberado. Mas é um processo com etapas sucessivas e demorado", disse Maria Cláudia.
A marquise e as estruturas de fundação passaram por perícia do Instituto de Criminalística (IC) e de comissão de sindicância da UEL. O IC concluiu que houve falha no projeto estrutural, falha na execução da obra e falta de manutenção. O grupo da UEL apontou apenas erros no projeto e na execução.



