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investigação

Restos mortais de Eliza Samudio estariam em poço de convento

Carta recebida pela mãe da modelo indicaria um convento em Belo Horizonte como o local onde estariam os restos mortais

A mãe da modelo Eliza Samúdio, Sônia Samúdio, recebeu, na quarta-feira, uma carta denunciando o local onde teriam sido deixados os restos mortais da filha, desaparecida desde junho de 2010. A correspondência foi entregue enquanto Sônia participava de um programa de TV, em Belo Horizonte. Eliza teve um caso com o ex-goleiro Bruno, do Flamengo, acusado de mandar matar Eliza.

De acordo com o advogado José Arteiro Cavalcante, que defende a mãe da modelo, na carta, uma pessoa revela que o corpo de Eliza foi jogado em um poço localizado no terreno de um convento, em Belo Horizonte.

"Segundo a denúncia, existe uma passagem clandestina para o local. Há três meses, essa mesma pessoa me telefonou dando a mesma referência. A carta será entregue, amanhã, às 11h, ao Departamento de Investigação da Polícia Civil mineira. A busca no local deve ser realizada no mesmo dia", revelou o advogado.

Na tarde desta quinta-feira, a assessoria da Polícia Civil informou ao site G1 que o delegado Wagner Pinto, chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ainda não teve acesso à carta.

No fim de maio, o goleiro Bruno Fernandes recebeu o direito a liberdade condicional pelo crime de lesão corporal e cárcere privado que responde no Rio, uma vez que já teria cumprido 1/6 da pena de 4 anos e seis meses. Mas apesar da decisão do juiz Wagner Cavalieri da Vara de Execuções Criminais de Contagem, ele continuou preso. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas, existe um impedimento para cumprimento dessa decisão, que é o mandado de prisão expedido no processo em que o goleiro é acusado do homicídio de Elisa Samúdio. O atleta está preso desde 2010 pelo crime.

Segundo informações do Tribunal de Minas, desde janeiro o atleta teria esse direito, mas só em maio o documento do Rio de Janeiro chegou à Justiça do estado. O pedido foi analisado pelo Ministério Público, que foi favorável ao pedido de liberdade condicional. Depois foi a vez do juiz decidir pela liberação ou não do ex-jogador do Flamengo.

Os advogados de Bruno impetraram pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal, em Brasília, em relação ao processo em Minas. A expectativa era que a resposta saísse em 30 dias.

Também em maio, ficou decidido quem ficará com a guarda do filho do goleiro Bruno com a modelo. Segundo a defesa da mãe de Eliza, a criança ficará com a avó materna, Sônia de Fátima Moura, que já cuidava da criança por uma decisão liminar. O avô do garoto, Luíz Carlos Samudio, também reivindicava a guarda do menino.

A modelo Elisa Samúdio desapareceu em junho de 2010. Semanas depois, o filho dela, ainda bebê, foi encontrado com uma amiga de Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, ex-mulher de Bruno. A polícia acredita que Eliza foi sequestrada com seu filho, no Rio, e levada para Minas Gerais. Depois ela foi mantida no sítio de Bruno até ser morta na casa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, em Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. O corpo de Eliza nunca foi achado.

Em março, o advogado de Bruno admitiu que a ex-namorada do goleiro está morta e atribuiu o crime a Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão. Ele contou ainda que a estratégia de defesa do atleta admitirá no julgamento a morte de Eliza Samudio. Até então, a defesa do goleiro sustentava que a jovem estava viva, já que o corpo nunca foi encontrado. No dia seguinte, Wasley César de Vasconcelos deixou a defesa de Macarrão.

Bruno e mais sete pessoas são réus no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza. De acordo com a pronúncia da juíza Marixa Fabiane Rodrigues Lopes, Eliza foi morta em junho de 2010, após tentar na Justiça o reconhecimento da paternidade de seu filho pelo goleiro. Ainda segundo o advogado do goleiro, Macarrão tomou a decisão de matar a jovem. De acordo com o advogado, a orientação de Bruno era que Macarrão levasse Eliza para a rodoviária de Belo Horizonte, para que ela fosse até São Paulo participar da seleção para um trabalho. "Era para o Macarrão levar (Eliza) e entregar os R$ 30 mil. O Macarrão falou (para Bruno) que a deixou na rodoviária, ele mentiu pro Bruno", disse Pimenta à época.

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