Resultado da festa divide comerciantes da Praça da Espanha

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Após o fim do réveillon fora de época, o balanço dos comerciantes que atuam ao redor da Praça da Espanha está longe da unanimidade. Para uns, o evento - que reuniu 25 mil pessoas - deve ser mantido, pois ajuda a manter a praça habitada e a espantar os criminosos. Para outros, o perfil dos freqüentadores não condiz com o dos clientes, resultando em queda das vendas.

O proprietário do Bar Pata Negra, Carlos Aichinger, afirma que a festa é bem-vinda por tirar o curitibano de casa e fazê-lo ocupar um espaço que, por definição, é das pessoas – a praça. Além disso, ele afirma que obteve lucro no sábado. "Faria mais diferença se fosse durante a semana, mas, mesmo para um sábado, quando já vendo bem, houve um aumento significativo, em torno de 20%".

O colega de Aichinger e dono do John Bull Pub, Gilberto Carvalho, concorda, e diz que a cidade tem condições de abraçar a festa. "No Nordeste há tantas festas, por que não podemos ter a nossa? O curitibano está saindo mais, isso é bom para as pessoas e para a cidade, que não fica abandonada".

Já o sommelier do Restaurante La Pasta Gialta, Ademir Siqueira, diz que houve prejuízo para o estabelecimento, e que o movimento caiu 30%, com o cancelamento de muitas mesas. "O cliente do restaurante é mais velho, vem de carro e quer um ambiente tranqüilo. Com o fechamento das ruas, muitos não conseguiram chegar, e outros ficaram com receio".

Na opinião do proprietário do Bar Devassa, Gustavo Costa, a festa teve seus prós e contras. Ele considera que o policiamento foi satisfatório, com a Guarda Municipal controlando rapidamente pequenos tumultos, assim como serviço de limpeza – que recolheu cerca de quatro toneladas de lixo.

Para Costa, houve falta de planejamento em relação aos ambulantes, que vendiam bebidas a menores de 18 anos e posicionavam botijões de gás muito próximos às pessoas, muitas com fogos de artifício.

"Houve poucos incidentes, dada a proporção do evento, e houve melhora em relação ao ano passado. No entanto, a prefeitura precisa tornar o evento oficial e oferecer mais estrutura. O ideal é que haja alguma atração, para que direcionar o foco das pessoas, e estipular um horário para a festa começar e para terminar", finaliza.