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Evento teve poucos incidentes, mas comerciantes reclamaram dos ambulantes e da depredação da praça | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Evento teve poucos incidentes, mas comerciantes reclamaram dos ambulantes e da depredação da praça| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Segurança

Bebida livre, mas pouca confusão

A falta de planejamento por parte da prefeitura trouxe riscos, na opinião de Gustavo Costa, já que o número de comerciantes ambulantes aumentou sem qualquer fiscalização. "Muitos vendiam bebidas para menores e havia também diversos botijões de gás próximos das pessoas – um risco levando-se em conta que alguns jovens levaram fogos de artifício."

Como a prefeitura não abraçou o evento, a organização da festa (que não foi identificada, e que se pronunciou anonimamente nas redes sociais) solicitou que os próprios participantes levassem fogos de artifício. Quatro bares da região resolveram oferecer a queima de fogos – foram investidos R$ 2 mil na compra – para dissuadir os presentes da idéia de soltá-los, mas ainda assim, houve quem o fizesse por conta própria.

De acordo com a Polícia Militar, não houve detidos na Praça da Espanha, e o 190 registrou apenas duas ocorrências por perturbação de sossego nas imediações, uma na Rua Vicente Machado e outra na Rua Ângelo Sampaio. O órgão divulgará um balanço do evento na segunda-feira. Já a Guarda Municipal afirmou que houve incidentes isolados, mas não confirmou se houve detidos.

Repercussão

Confira os comentários no site da Gazeta do Povo:

"Eu estava lá, me diverti muito, fiz várias amizades, não vi nenhuma briga, pelo contrário, todo mundo se respeitando :)"

Ueliton

"Acho que deveria ser cada ano em uma praça. Tem a do Japão, a Tiradentes, a Santos Andrade, a Osório..."

Ana

"Baderna, nada além disso: só barulho, sujeira e gente bêbada. Na realidade uma amostra de como Curitiba está deixando de ser ordeira e civilizada."

Marcos

O Réveillon Fora de Época tirou de casa de 20 a 25 mil pessoas na noite de sábado e madrugada de domingo, segundo cálculo da Polícia Militar, que também diz ter atendido apenas duas ocorrências sem gravidade. A concentração na Praça da Espanha e região superou em cinco vezes o evento do ano passado. Em ambos, a convocação ocorreu pelas redes sociais, como Facebook e Twitter, sem que houvesse a identificação dos organizadores. Mas a festa deste ano teve diferenças em relação à versão passada: a prefeitura providenciou banheiros químicos e limpeza rápida da área; a PM garantiu policiamento e parte dos comerciantes faturou e aprovou a festa.

A sugestão de comerciantes, liderados pela Associação Brasi­lei­­ra de Bares e Casas Noturnas (Abra­bar), é que o Réveillon Fora de Épo­ca vi­­re uma festa oficial de Curitiba e se­­ja realizado na Pedreira Paulo Le­­minski, no Abranches. Atual­men­te, o local está interditado por uma liminar expedida pela 4.ª Vara de Fazenda Pública de Curitiba por não ter saídas alternativas de emergência, nem equipamentos para evitar vazamento de som, além de um plano de gerenciamento do tráfego na região.

Opiniões diferentes

A mobilização também consolidou opiniões opostas. A primeira, a de que Curitiba deve celebrar um acontecimento que congrega em uma capital conhecida por ser fria, com uma população que não se mistura. "É uma celebração da diversidade, com pessoas de classes sociais e tribos diferentes", avaliou a professora Danieli Fernan­des. De fato, no espaço era possível ver "punks", "indies", "playboys", "manos" e até os "sem tribo".

Outro motivo para comemorar esse ano novo diferente – cujo pro­­pósito era honrar o ditado de que, no Brasil, o ano só se inicia após o carnaval – é o fato de que festas surgidas espontaneamente, sem a "bênção" do poder público ou da iniciativa privada, podem ser seguras. "Sou a favor de que a festa entre no ca­­lendário oficial da cidade", diz o proprietário do Restaurante e Bar Pa­­ta Negra, em frente à praça, Car­­los Aichin­ger. No estabelecimento, as vendas aumentaram 20% em relação a um sábado normal.

Sem planejamento

Por outro lado, depois do fim da fes­­ta, também foi possível ver que faltaram conscientização das pessoas e planejamento do poder público. As flores ao re­­dor da fonte e espalhadas pela praça foram pi­­so­teadas e arrancadas. "Mudas de árvores recém plantadas foram destruídas, um prejuízo estimado em R$ 50 mil", diz o dono da Cer­­ve­­jaria Devassa e presidente da Co­­missão de Segurança da Associação Batel Soho (que reúne comerciantes do local), Gustavo Costa.

Para o somellier do Restaurante La Pasta Gialla, Ademir Siqueira, es­­ta "é uma festa certa no local errado", pois o perfil dos que foram à festa – adolescentes e jovens de até 25 anos, em sua maioria – não é o mesmo dos frequentadores locais. "Com a rua fechada, muitos clientes cancelaram suas re­­ser­­vas. Deveria ser em outro lugar."

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