
Foz do Iguaçu - O Rio Paraná, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, está 12,5 metros acima do nível considerado normal para essa época do ano. A cheia, que é consequência das chuvas que atingem sem trégua a Região Sudeste do país, tem preocupado os moradores das barrancas, principalmente no Paraguai e na Argentina.
Em Ciudad del Este, no Paraguai, pelo menos 40 famílias ribeirinhas estão desabrigadas. No lado argentino, seis cidades decretaram estado de emergência e 160 pessoas tiveram de deixar suas casas para trás. Funcionários da Defesa Civil de Puerto Iguazú, cidade argentina na fronteira com Foz do Iguaçu, informaram que a situação foi controlada e apenas 11 famílias permanecem desabrigadas.
No lado brasileiro da fronteira, a situação é menos preocupante, pelo menos por enquanto. Reginaldo Silva, coordenador da Defesa Civil no município de Foz do Iguaçu, informa que até o momento não foi necessário qualquer resgate e que a área é constantemente monitorada. "Em Foz do Iguaçu, a população ribeirinha mora muito acima da margem. Mesmo assim, nós monitoramos constantemente a vazão do Rio Paraná", afirma.
De acordo com dados da Itaipu Binacional, na manhã de ontem entravam e saíam do reservatório da usina, que fica no Rio Paraná, 23,3 mil metros cúbicos por segundo (m3/s). Isso representa quase 20 vezes o despejo médio de água das Cataratas do Iguaçu.
Na região da Ponte da Amizade, o Rio Paraná estava com 113,5 metros, 12,5 metros acima da altura normal. Por enquanto, o risco de alagamentos é pequeno, mas a comunidade ribeirinha está em alerta. Se o rio subir mais um metro, a água chegará ao nível que os especialistas consideram limite para decretar risco de enhcente do lado brasileiro. Em 2009, o Rio Paraná chegou a 117 metros de altura.
Na confluência entre os rios Iguaçu e Paraná que acontece na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina a vazão é de 20 mil m3/s, enquanto a média é 12,5 mil m3/s. No Rio Iguaçu, localizado entre o Brasil e a Argentina, a vazão é considerada normal e está apenas 500 m3/s acima do habitual.
Como os principais afluentes do Rio Paraná estão nos estados de Minas Gerais (Grande e Paranaíba) e de São Paulo (Tietê e Paranapanema), a vazão depende diretamente do clima da Região Sudeste do Brasil, que tem sofrido com chuvas fortes nos últimos tempos. Em menos de 15 dias, apenas na capital paulista, já choveu 70% do volume previsto para o mês inteiro.
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que haja chuvas moderadas nas próximas 72 horas nas regiões Oeste, Sul, Centro e Sudeste de Minas Gerais. O instituto também prevê chuvas fortes em quase todo o estado de São Paulo, exceto nas regiões Centro-Norte e Oeste.
A Itaipu Binacional, por meio da assessoria de imprensa, informa que os números da vazão estão estáveis e que devem permanecer assim pelo menos até o fim desta semana. A empresa afirma, porém, que é difícil prever a vazão da barragem a longo prazo.



