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Clima

Risco de enchentes na fronteira

Lado paraguaio sofre mais com cheia do Rio Paraná. Se água subir mais, haverá problemas também em Foz do Iguaçu

Cheia no Rio Paraná: no lado paraguaio da fronteira, a água já cobre porto em Ciudad del Este e tira famílias de suas casas | Marcos Labanca/Gazeta do Povo
Cheia no Rio Paraná: no lado paraguaio da fronteira, a água já cobre porto em Ciudad del Este e tira famílias de suas casas (Foto: Marcos Labanca/Gazeta do Povo)

Foz do Iguaçu - O Rio Paraná, na região da tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai, está 12,5 metros acima do nível considerado normal para essa época do ano. A cheia, que é con­­sequência das chuvas que atingem sem trégua a Região Sudeste do país, tem preocupado os moradores das barrancas, principalmente no Paraguai e na Argentina.

Em Ciudad del Este, no Para­guai, pelo menos 40 famílias ribeirinhas estão desabrigadas. No lado ar­­gentino, seis cidades decretaram es­­tado de emergência e 160 pessoas tiveram de deixar suas casas pa­­ra trás. Funcionários da Defesa Ci­­vil de Puerto Iguazú, cidade argentina na fronteira com Foz do Igua­­çu, informaram que a situação foi controlada e apenas 11 famílias permanecem desabrigadas.

No lado brasileiro da fronteira, a situação é menos preocupante, pelo menos por enquanto. Re­­ginaldo Silva, coordenador da Defesa Civil no município de Foz do Iguaçu, informa que até o momento não foi necessário qualquer resgate e que a área é constantemente monitorada. "Em Foz do Iguaçu, a população ribeirinha mora muito acima da margem. Mesmo assim, nós monitoramos constantemente a vazão do Rio Paraná", afirma.

De acordo com dados da Itaipu Binacional, na manhã de ontem entravam e saíam do reservatório da usina, que fica no Rio Paraná, 23,3 mil metros cúbicos por segundo (m3/s). Isso representa quase 20 vezes o despejo médio de água das Cataratas do Iguaçu.

Na região da Ponte da Amizade, o Rio Paraná estava com 113,5 me­­tros, 12,5 metros acima da altura nor­­mal. Por enquanto, o risco de ala­­gamentos é pequeno, mas a co­­munidade ribeirinha está em alerta. Se o rio subir mais um me­­tro, a água chegará ao nível que os especialistas consideram limite para decretar risco de enhcente do lado brasileiro. Em 2009, o Rio Para­ná chegou a 117 metros de altura.

Na confluência entre os rios Iguaçu e Paraná – que acontece na fronteira entre Brasil, Para­guai e Argentina – a vazão é de 20 mil m3/s, enquanto a média é 12,5 mil m3/s. No Rio Iguaçu, localizado entre o Brasil e a Argentina, a vazão é considerada normal e está a­­penas 500 m3/s acima do habitual.

Como os principais afluentes do Rio Paraná estão nos estados de Mi­­nas Gerais (Grande e Paranaíba) e de São Paulo (Tietê e Paranapa­ne­­ma), a vazão depende diretamente do clima da Região Sudeste do Bra­­sil, que tem sofrido com chuvas fortes nos últimos tempos. Em me­­nos de 15 dias, apenas na capital paulista, já choveu 70% do volume previsto para o mês inteiro.

A previsão do Instituto Nacio­nal de Meteorologia (Inmet) é de que haja chuvas moderadas nas próximas 72 horas nas regiões Oeste, Sul, Centro e Sudeste de Minas Gerais. O instituto também prevê chuvas fortes em quase todo o estado de São Paulo, exceto nas regiões Centro-Norte e Oeste.

A Itaipu Binacional, por meio da assessoria de imprensa, informa que os números da vazão estão estáveis e que devem permanecer assim pelo menos até o fim desta semana. A empresa afirma, porém, que é difícil prever a vazão da barragem a longo prazo.

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