Brasília O senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) encaminhou ontem ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), um pacote com documentos que, segundo ele, provam que não há dinheiro público envolvido na transação feita com um cheque de R$ 2,2 milhões sacado em 13 de março no Banco de Brasília (BRB). Antes de receber os documentos, que ainda não analisou, Tuma havia dito que, em tese, há indícios de que Roriz quebrou o decoro parlamentar.
"Em tese, já houve quebra de decoro e, portanto, já pode ser aberto processo no Conselho de Ética", disse. Para ele, "há indícios de tráfico de influência", além do "fato estranho" de que o BRB só notificou o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) uma semana depois de pagar o cheque a legislação manda dar ciência em 24 horas sobre as movimentações acima de R$ 100 mil. Os assessores do senador do PMDB do Distrito Federal dizem que ele apenas pegou um empréstimo de R$ 270 mil, a partir do saque no valor total do cheque, para pagar uma dívida feita com a compra de uma bezerra de raça. O valor restante do cheque, R$ 1,9 milhão, disse, é do empresário Nenê Constantino.
Tuma encaminhou ontem um ofício ao procurador-geral do Distrito Federal, Leonardo Bandarra, com quem se reúne hoje, pedindo cópia de trechos do inquérito no qual há menção a Roriz. O senador do PMDB aparece em escutas telefônicas negociando, supostamente, a partilha de R$ 2,2 milhões com o ex-presidente do banco Tarcísio Franklin de Moura. O corregedor do Senado antecipou que, independentemente de abertura de processo no Conselho de Ética, quer ouvir Moura e Nenê Constantino.



