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Rua Principal, um lugar comum

Entre os cem nomes de logradouros mais recorrentes no Brasil, “Rua Principal” é a que mais aparece no Paraná, aponta pesquisa

Avenida Brasil, em Maringá: denominação é a segunda mais popular entre as vias paranaenses | Fábio Dias/ Gazeta do Povo
Avenida Brasil, em Maringá: denominação é a segunda mais popular entre as vias paranaenses (Foto: Fábio Dias/ Gazeta do Povo)

Qual é o nome de rua mais utilizado no Paraná? Quem pensou em uma data cívica ou al­­gum personagem histórico es­­tá enganado. O logradouro mais recorrente no estado é "Rua Prin­­cipal". Foi o que indicou um levantamento feito pela em­­presa de informação e análise de crédito ProScore, de São Paulo, que di­­vulgou os cem no­­mes de ruas mais comuns no Brasil. A pesquisa é uma estimativa feita com base em um banco de dados da empresa.

Entre os endereços listados no país, a "Rua Principal" é a que mais aparece no Paraná, com 278 ocorrências. Somente no município da Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba, esse nome apresenta 29 repetições. Na cidade, a palavra "Principal" foi dada para padronizar o endereço das mais de 20 agências comunitárias dos Correios. Essas unidades são instaladas em comunidades rurais, geralmente cortadas por estradas que não dispõem de um nome oficial.

Outro nome popular no estado é "Avenida Brasil", com 60 registros. Somente em Cascavel, existem 16 logradouros com esse no­­me e em Maringá há outros cinco. Na lista também estão personalida­­des históricas (Tira­dentes e Rui Bar­­bosa), localidades e santos (São Pau­­lo e Santa Cata­rina), e datas (Se­­te de Setembro e Quinze de No­­vem­­bro). Há ainda os nomes alfanuméricos – como Ruas "Dois" e "B" –, que são os mais uti­­lizados no Brasil (veja mais nesta página).

Na opinião do historiador Marcos Mantovani, a escolha dos nomes está ligada ao período histórico vivido por uma cidade. "Em Maringá, temos bairros mais antigos com logradouros que homenageiam figuras históricas como Mem de Sá. Durante o regime militar, algumas ruas foram batizadas com nomes de generais", diz. "Hoje, o contexto histórico está sendo perdido. O Jardim Real, por exemplo, tem ruas com nomes de pedras preciosas como Diamante e Zafira."

Metodologia

A pesquisa feita pela ProScore não traça um quadro oficial dos nomes dos logradouros. O levantamento é apenas uma estimativa, que leva em consideração a base de dados da empresa, formada por mais de 710 mil registros de ruas do país. A quantidade é menor do que a divulgada pelos Correios, que contabilizaram cerca de 850,5 mil logradouros. "Isso provavelmente acontece porque são ruas criadas provisoriamente para bairros, distritos e loteamentos novos, as quais acabam ficando com esses nomes por longos anos", explica a diretora de Marketing da ProScore, Mellissa Penteado.

O levantamento da ProScore leva em consideração as áreas de CEP. É por isso que uma mesma cidade pode apresentar o mesmo nome de logradouro mais de uma vez. "Uma única rua pode ter CEPs diferentes, ou seja, são consideradas localizações distintas", diz.

Em tese, o nome de um logradouro não poderia se repetir em uma mesma cidade, de acordo com os Correios. Apesar da situação inusitada na Lapa, a empresa garante que a entrega de correspondências não fica comprometida nesses locais, pois ela é feita a partir do CEP.

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