
Um caminhão que faz a coleta de lixo atolou, por volta das 8h30 de ontem, na Travessa Sete de Setembro, no bairro Cachoeira, em Curitiba. Ficou ali por quase uma hora. Essa situação, segundo moradores, é comum na Vila Leonice, mas o problema não é exclusivo do Cachoeira: mesmo em bairros como o Capão da Imbuia e o Pilarzinho, onde há antipó (tipo de asfalto mais fino), os buracos existem e tendem a aumentar em dias de chuva.
Na Vila Leonice, os moradores reclamam. "Para sair de casa, temos que dar uma volta enorme. Em dias de chuva, ninguém consegue subir a rua", afirma a moradora Talita Bueno. Thiago Domingues da Silva diz que é a segunda vez que o caminhão atola. "Quando chove, os motoristas perdem o controle por causa do barro e chegam a invadir o terreno das casas. Alguns quase capotam." A três quadras da travessa, na Rua Ajax, um barranco começou a desmoronar e abriu um buraco no meio da rua.
Segundo a assessoria da prefeitura de Curitiba, em uma audiência no Cachoeira, em dezembro, o prefeito Beto Richa se comprometeu a ajudar os moradores. No orçamento deste ano está prevista a pavimentação das ruas Raul Kuhn, João Krizanoski e Antonio Marchiorato. Mas a boa notícia não chegará aos moradores da Travessa Sete de Setembro. Segundo a prefeitura, a rua não existe oficialmente, pois se trata de uma área de invasão.
Asfalto
Na Rua Tenente Miguel da Silva, no bairro Pilarzinho, as condições de tráfego também não são as melhores: por causa das chuvas, um grande buraco se abriu no meio da via. A prefeitura possui uma usina para produzir asfalto e cerca de 20 quilômetros de ruas são asfaltados diariamente quantidade que não tem sido suficiente. "Se a usina não dá conta, está na hora de repensar a sua capacidade", diz o engenheiro civil Joel Krüger, diretor do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR). Segundo ele, ruas com antipó devem receber manutenção a cada seis meses. "Mesmo que não haja buracos, é preciso passar uma camada fina de asfalto para cobrir as fissuras."
Rachaduras e trânsito de veículos pesados também contribuem para a formação dos buracos. "Não é propriamente a chuva que danifica o asfalto, mas o acúmulo dela na superfície. Com o movimento dos carros, uma camada fina do pavimento começa a se soltar e a água acaba infiltrando. Se ela não tiver para onde ser escoada, o problema se agrava", explica Joel Krüeger.
A assessoria da prefeitura informou que o funcionário responsável pelo assunto estava em reunião e não poderia atender a reportagem ontem. Um texto enviado à redação informou que foram produzidas 354 mil toneladas de asfalto em 2008 e 2009 e que a prefeitura economizou R$ 10 milhões no período, por possuir uma usina própria.



