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O Brasil inicia nesta semana o corte daquela que deve ser a maior safra de cana-de-açúcar da história, com previsão de colheita de 415 milhões de toneladas, 7,5% a mais que no ciclo passado. A largada da temporada será no Paraná, mais precisamente em São Tomé, pequena cidade da região Noroeste, a 120 quilômetros de Maringá. Na quarta-feira, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, estará no município para dar a partida ao processamento da cana na unidade da Cooperativa Agroindustrial de Maringá (Cocamar).

A destilaria da Cocamar será a primeira unidade produtora de álcool do país a entrar em funcionamento nesta safra. A direção da usina informa que não está antecipando a colheita, mas iniciando sua operação normal – o que faz nos primeiros dias de março há três anos. Em reunião com o governo federal no início do ano, o setor sucroalcooleiro se comprometeu a antecipar de maio para março o início da produção do combustível, com o objetivo de suprir o mercado com 850 milhões de litros já em abril. No Paraná e no Mato Grosso do Sul, outras usinas produtoras devem entrar em operação nas próximas semanas.

O início da moagem, no entanto, não deverá causar imediatamente a queda dos preços do álcool, que dispararam nos últimos meses. O presidente do Sindicombustíveis (o sindicato dos postos do Paraná), Roberto Fregonese, diz acreditar que a reação do mercado deve demorar, no mínimo, 20 dias após a entrada da nova safra no mercado. "Enquanto não houver oferta suficiente, os preços do álcool combustível continuarão subindo."

A safra paranaense deste ano será 15% superior à de 2005, segundo o presidente da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Estado do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena. Pouco mais da metade do volume de cana colhido no Paraná (51%) é destinado para a produção de álcool combustível. O estado fabricou no ano passado 1,1 bilhão de litros de álcool. Em todo o país, a produção do combustível deverá chegar a 16 bilhões de litros neste ano, 1 bilhão de litros a mais que na safra passada.

Prevendo esmagar 900 mil toneladas de cana em 2006, contra 730 mil do ciclo anterior, a destilaria da Cocamar quer dar um salto na produção de álcool. A meta é atingir 72 milhões de litros, 22% a mais que na safra anterior. No ano passado, a moenda passou por adequações que ampliaram a capacidade diária de processamento de 4,2 mil para 4,8 mil toneladas de cana.

O Paraná conta com 27 unidades processadoras de cana-de-açúcar. A região Noroeste é responsável por 65% da produção estadual, e esse porcentual deve aumentar nos próximos anos. Está em andamento um programa de expansão que prevê a construção de três novas usinas e o plantio de mais 150 mil hectares até a safra 2008/09, atingindo um total de 500 mil hectares.

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