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Lama e areia

Saibro na areia causa polêmica em Guaratuba

Quem viajar para Guaratuba neste feriado corre o risco de encontrar a praia mais colorida que o normal. Há cerca de uma semana, a prefeitura da cidade aterrou com saibro (pó de terra, avermelhado, utilizado em quadras de tênis) pontos da praia onde freqüentemente havia formação de poças. A medida deve ter vida curta: de acordo com o escritório regional do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) no litoral, parte do material deverá ser retirado.

"Quando chove e a maré sobe, aquela terra vermelha vira uma lama e a água toda avermelhada", conta o empresário Rubinho Ferreira, de 61 anos, que mora em um prédio em frente à praia central de Guaratuba, onde foi feito um dos aterros. Ele acredita que neste feriado não haverá lama no local, porque a previsão é de tempo bom. "Mas é um absurdo. Se a natureza separou a terra da areia, não é a prefeitura que vai misturar", opina.

Segundo o secretário de Obras do município, Marco Antônio Dal’lei, responsável pela colocação do saibro, as reclamações são exageradas. "Fizeram um carnaval por causa deste assunto. O saibro já foi coberto com a areia, não está incomodando ninguém. Esta é uma polêmica desnecessária. Antes havia resto de construção tentando conter a erosão e ninguém reclamava", diz.

O saibro despejado em alguns pontos do município tem como objetivo evitar as poças d’água que se formam entre a parede do calçadão e a areia da praia. De acordo com a prefeitura, o material tem "liga" melhor do que a areia e ajuda a evitar a erosão.

Dal’lei afirma que por enquanto o aterro não deve ser desfeito. "Conversamos com o IAP e eles viram que não causou mal algum." Não é o que informa o responsável pelo escritório do órgão no litoral, Reginato Bueno. Segundo ele, o que o IAP fez foi estender um prazo que havia vencido no último domingo. "Em alguns pontos, como a praia central, a retirada vai ter de ser feita. É uma seqüência normal da natureza a areia ser tirada e recolocada pela maré. O que não pode é uma mancha vermelha se espalhar pela praia. E quando chove há formação de uma ‘nata’ vermelha em cima da areia", afirma Bueno.

O representante do IAP diz que o instituto está monitorando os locais onde houve colocação do saibro, para determinar em quais pontos ele poderá permanecer. Além disso, o órgão também estuda como deverá ser a retirada, já que a utilização de caminhões e tratores na faixa litorânea é considerada irregular. "A praia é um ambiente muito sensível e instável para se usar este tipo de equipamento. Provavelmente a prefeitura terá de fazer a retirada manual", explica.

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