Saída do MST depende de secretaria

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Ponta Grossa - A ordem de reintegração de posse da área São Francisco II, em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, ainda não foi cumprida. O comando da Polícia Militar já foi avisado da decisão judicial, mas diz depender de autorização da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) para cumprir a determinação.

Ontem, um oficial de Justiça do Fórum de Ponta Grossa foi até o comando do 1.º Batalhão de Polícia Militar pedir reforço policial para executar o despejo, mas recebeu apenas um ofício do comando informando que a ação dependeria do aval da secretaria. O documento foi então encaminhado ao juiz Fábio Marcondes Leite, titular da 4.ª Vara Cível, que expediu a ordem de reintegração. Até o encerramento do expediente do fórum, ele não havia se posicionado sobre a resposta da PM.

A Sesp informou ontem que ainda não foi notificada da decisão de desocupação. Em nota, a Co­­mis­­são de Mediação de Con­flitos Agrários respondeu que desde 2003 foram cumpridas 457 desocupações no Paraná. "Esta Comissão reconhece a legitimidade dos diversos movimentos sociais e seus clamores e, ao mesmo tempo – tentando evitar todo e qualquer tipo de conflito –, respeita e cumpre as decisões judiciais", informa.

Segundo a União Democrá­tica Ruralista (UDR), há mais de 80 desocupações que esperam para ser cumpridas no Paraná. A Secretaria de Segurança, o Instituto Nacional de Coloniza­ção e Reforma Agrária (Incra) e a Procuradoria Federal das autarquias nacionais no estado não souberam informar o número de reintegrações que aguardam cumprimento.

A área em Ponta Grossa foi ocupada no último sábado por 200 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem- Terra (MST) que alegam que a fazenda pertence à Empresa Brasileira de Pesquisa Agrope­cuária (Embrapa). Segundo eles, a terra foi grilada pelo te­­nente-coronel reformado da PM Waldir Copetti Neves, que entrou com o pedido de reintegração. A Embrapa tenta, na Justiça, reconhecer a área como sendo da União. Ontem, a situação permanecia inalterada no acampamento, onde famílias estão construindo barracas.