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Seis escolas abrem o primeiro dia de desfile no Sambódromo do Rio – entre elas, o Salgueiro, campeão de 2009 com um enredo que cantava a história e a magia do tambor, traz, este ano, "Histórias Sem Fim".

Além do Salgueiro, a passagem da Beija Flor, a última a desfilar neste primeiro dia, previsto para o fim da madrugada da segunda (14), é sempre cercado da expectativa de quem acompanha o carnaval. A primeira apresentação terá início às 21h, de acordo com a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

O desfile será aberto, tradicionalmente, pela escola que subiu no ano passado do grupo de acesso e terá a seguinte ordem:

União da Ilha

Vencedora do grupo de acesso no ano passado, a União da Ilha abre o carnaval da Marquês de Sapucaí lembrando um clássico da literatura mundial, de autoria de Miguel de Cervantes: "Dom Quixote de La Mancha...O cavaleiro dos sonhos impossíveis!".

O carnaval da escola da Ilha do Governador, no subúrbio do Rio, é responsabilidade da carnavalesca Rosa Magalhães, que tem seis títulos de campeã no seu currículo.

Depois de 9 anos no segundo grupo, a Ilha anuncia que terá 3800 integrantes, distribuídos em 35 alas e sete alegorias. O intérprete do samba enredo é Ito Melodia. Previsão de entrada na avenida: 21h.

Imperatriz Leopoldinense

Depois dos títulos de 1994, 1995, 1999, 2000 e 2001, a Imperatriz desfilará sem a carnavalesca Rosa Magalhães, que se desligou no ano passado e se transferiu para a União da Ilha. O posto será ocupado por Max Lopes, que, em 32 anos de carreira, já conquistou três carnavais – dois na Mangueira e um na Imperatriz, de 1989, com o clássico "Liberdade, Liberdade, abre as asas sobre nós".

A verde e branco do bairro de Ramos, um subúrbio da antiga ferrovia Leopoldina, se orgulha da passagem por lá de Pixinguinha, Vila Lobos, Heitor dos Prazeres e Mano Décio da Viola.

O enredo deste ano é "Brasil de Todos os Deuses", que promete transformar o Sambódromo num templo. O judaísmo, budismo, o cristianismo e as religiões africanas dão origem, na leitura carnavalesca, a novas manifestações, como o reisado, a festa do divino e o próprio carnaval.

A escola de Ramos anuncia 3800 componentes, espalhados por 38 alas e mais oito alegorias. O puxador do samba é Dominguinhos do Estácio.

Com seis títulos, a Imperatriz é a maior vencedora nos 25 anos do Sambódromo do Rio. Previsão de entrada na avenida: 22h05.

Unidos da Tijuca

Criativa, surpreendente... são adjetivos usados para definir a Unidos da Tijuca, que é uma das mais antigas do Rio. Fundada em 1932, participou do primeiro desfile oficial, o de 1932, ao lado da Mangueira e da Portela. De lá até hoje, venceu apenas uma vez no grupo de acesso e jamais levou um título no grupo especial.

Com um pavão como símbolo, e as cores oficiais azul, amarelo, ouro e branco, a escola do Morro do Borel, na Tijuca, na Zona Norte, tem forte influência portuguesa – o seu presidente é português – e já apresentou alguns enredos que tratam das relações Brasil e Portugal.

Com a volta do carnavalesco Paulo Barros, que, chamou a atenção com suas "esculturas humanas", a Unidos da Tijuca apresentará o enredo "É Segredo". E a intenção é mesmo apostar no secreto ao propor um olhar sobre os mistérios das antigas civilizações, sobre as senhas do computador ou a identidade dos super-heróis.

A Unidos da Tijuca promete surpreender o Sambódromo com 3600 componentes, 32 alas e seis alegorias. Bruno Ribas interpreta o samba enredo. Previsão de entrada na avenida: 23h10.

Viradouro

A história da escola de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, pode ser dividida em duas etapas: a primeira foi até 1989, quando ela deixou o carnaval niteroiense, após 18 títulos em 24 anos de existência, atravessou a Baía de Guanabara e passou a competir na Marquês de Sapucaí..

Em 1990, ganhou o título do grupo de acesso e, a partir de 1994, passou a ser uma das grandes escolas do carnaval do Rio, com a chegada do carnavalesco Joãosinho Trinta. Em 1997, com Trinta no comando, conquistou o título com o enredo "Trevas, Luz – a explosão do Universo", que tinha até uma paradinha ao estilo funk de sua bateria.

Estreando uma dupla de carnavalescos, Junior Schall e Edson Pereira, a Viradouro pretende relembrar, com o seu enredo "México, o paraíso das cores sob o signo do Sol", as crenças dos povos maia e asteca, a invasão espanhola , o humor do ator Cantinflas, a pintura de Frida Khalo e as trapalhadas televisivas de Chaves e de Chapolin. Segundo a Viradouro, o alegre México tem muito a ver com o Brasil.

A agremiação vermelho e branco anuncia que desfilará com 3700 componentes, distribuídos em 34 alas e apresentará oito alegorias. O puxador do samba é Wander Pires. Previsão de entrada na avenida: 0h15.

Salgueiro

O enredo da vermelho e branco do Morro do Salgueiro, na Tijuca, Zona Norte, tem o título de "Histórias Sem Fim" e, com ele, a escola tentará o bicampeonato e a fama de inovador nas suas apresentações. Foi assim em 2009, com a história e a magia do tambor, que quebrou um jejum de 16 anos sem título.

Escola de gente famosa e fiel, o Salgueiro tem orgulho de seu lema: "nem melhor, nem pior, apenas uma escola diferente". Tem uma tradição de contar com carnavalescos inovadores – Fernando Pamplona, Arlindo Rodrigues, Joãosinho Trinta, Maria Augusta e Rosa Magalhães. O samba enredo de 1971 se tornou num dos grandes sucessos da história do carnaval: "Pega no ganzê, pega no ganzá".

O enredo se propõe a contar uma história onde desfilarão heróis, mitos, vilões e deuses que habitam a nossa mente desde a antiguidade, ou seja, as grandes fábulas que marcaram a humanidade.

O Salgueiro desfila com 4100 componentes, divididos em 36 alas com sete alegorias. O intérprete é Quinho. Previsão de entrada na avenida: 1h20.

Beija Flor

Uma das mais populares agremiações do carnaval do Rio, a escola de Nilópolis, município da Região Metropolitana, tem um retrospecto respeitável nessa década: venceu em 2003, 2004, 2005, 2007 e 2008. Já acumula 11 títulos. No ano passado, foi vice. E este ano conta uma história que se tornou polêmica por causa de um escândalo político: os 50 anos de Brasília.

Desde 98, a escola não tem um carnavalesco, e sim uma comissão de carnaval, integrada por quatro profissionais. Segundo o planejamento deles, o carnaval deste ano terá poucos políticos e, sim, uma abordagem da Brasília mística e da cidade planejada, que parecia existir antes mesmo da sua construção.

JK, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer são os sonhadores que transformaram o sonho em realidade, na visão da Beija Flor. O título oficial é "Brilhante ao sol do novo mundo, Brasília do sonho à realidade, a capital da esperança".

O puxador é Neguinho da Beija Flor. Serão 3750 componentes, em 44 alas com oito alegorias. Previsão de entrada na avenida: 2h25.

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