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Saúde pública

Samu demora 25 horas para atender idoso em Paranaguá

Em plena temporada de verão, o serviço conta apenas com duas ambulâncias em Paranaguá

Um idoso, de 71 anos, teve de aguardar por 25 horas para conseguir atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Litoral (Samu), em Paranaguá, no litoral do Paraná, em plena temporada de verão.

O aposentado Eduardo Moreira de Assis, 71 anos, é cardíaco, tem pressão alta e diabetes. Nessa quinta-feira ele passou mal e sua família chamou o Samu para socorrê-lo. De acordo com a filha de Eduardo, Elizabete Moreira de Assis, o Samu foi chamado no começo da tarde de quinta-feira (23), mas a ambulância só apareceu na residência do pai 25 horas depois da primeira solicitação - já nesta sexta-feira (24).

"A minha cunhada deu banho nele e ele teve convulsões. A gente ligou no Samu e eles diziam que não tinham ambulância. Depois voltamos a ligar e disseram que viriam em 20 minutos e nada. Passou hoje de manhã e nada e só chegou no começo da tarde", disse Elizabete.

A família de Eduardo está aflita com o atendimento que ele está recebendo. Ao ser atendido pelo Samu, o aposentado foi encaminhado para o Posto de Saúde do Divinéia. "Ele esteve seis meses internado no Hospital Regional e recebeu alta dia 8 de janeiro. Ele tem feridas nas costas que exalam um cheiro forte, está com diarreia, e desde ontem está sem se alimentar", afirma a filha.

De acordo com Elizabete, o pai teria que voltar a ficar internado. "Estou muito preocupada, não sei o que fazer, o caso do meu pai é complicado. O pessoal do Hospital Regional não quer interná-lo. Eles não querem recebê-lo porque ele precisaria ficar isolado e não tem onde colocá-lo no hospital. Eles dizem que não tem lugar", explica.

Outro lado A reportagem da Gazeta do Povo entrou em contato com o Samu Litoral, e o médico plantonista desta sexta-feira, Nolan Palma informou que foi outra equipe que trabalhou na quinta-feira e, portanto, desconhecia a ocorrência. Segundo ele, o serviço não dispõe de um registro de chamadas anteriores. "A família deveria ter gravado a chamada. Não temos um registro das ligações. Só sabemos das ocorrências se alguém do plantão anterior informar", disse. Viaturas estão em manutenção

A coordenadora técnica do Samu no Litoral do Paraná, Valéria Regina Fernandes de Oliveira, disse que a dificuldade no atendimento é uma situação pontual em Paranaguá e não se reflete nas praias. "As duas viaturas que atendem Paranaguá estão em manutenção e recebemos ontem uma viatura antiga emprestada do governo do estado para não ficarmos totalmente descobertos", disse.

Ela disse ainda que durante a operação verão a demanda de atendimentos aumentou em até 70% e que para as reais emergências como afogamentos, acidentes de trânsito com vítimas graves o atendimento é muito rápido. Durante a operação verão há um helicóptero à disposição do Samu 24 horas por dia. "Nestes casos o atendimento é em até 12 minutos", disse Valéria.

No entanto, para situações onde não há um risco de morte o atendimento pode chegar até 6 horas de espera. "Às vezes a fila de pessoas esperando pelo atendimento do Samu chega a oito pessoas e vamos priorizando sempre os casos mais graves", disse.

De acordo com o médico do Samu Litoral Fernando Lemos Martinez, atualmente a instituição está operando com duas ambulâncias: uma no modelo Bravo, que atende no município; e uma no modelo alfa, que é mais completa e atende a todo o litoral. De acordo com o médico, o número ideal de viaturas que o Samu deveria ter para atender com melhor qualidade os pacientes seria ter três ambulâncias bravo (para o município) e uma alfa (para todo o litoral).

O Samu no litoral do Paraná é gerido pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (Cislipa) e em 2013 chegou a ter falta de medicamentos e salários dos servidores atrasados. O presidente do Consórcio é o prefeito de Pontal do Paraná, Edgar Rossi.

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