Esta semana, a Sanepar lançou um alerta de que alguns vendedores de filtros e purificadores de água aplicam um golpe em seus clientes. Eles fingem fazer um teste que comprovaria a má qualidade da água da torneira, colocando uma substância que deixa a água amarelada. Segundo a Sanepar, os golpistas alegam que a mudança de cor indicaria problemas na pureza da água. Porém, técnicos da empresa alegam que a reação química demonstra justamente o contrário: o reagente (chamado ortotolidina) apenas comprovaria que há cloro na água cuja adição é obrigatória por lei durante o processo de tratamento.
A experiência só poderia ser um golpe publicitário, na opinião do doutor em química ambiental e professor da UFPR Marco Tadeu Grassi, já que, segundo ele, não é possível fazer testes caseiros para comprovar a qualidade da água. "Qualquer procedimento doméstico é perigoso, porque é preciso seguir regras, ter acompanhamento. Senão você pode ter um falso positivo, por exemplo", cita.
Em caso de suspeita de contaminação da água, ele recomenda que a pessoa entre em contato com a Sanepar ou com o serviço de Vigilância em Saúde do município. "Esses órgãos estão aparelhados para oferecer condições para avaliar qualidade da água".
Além disso, cuidados básicos, como a manutenção e limpeza da caixa dágua, são essenciais. Ferver água é recomendável apenas quando há indícios de contaminação de microorganismos que causam doenças ou em casos em que a pessoa consome água não tratada (coletada direto de rios, por exemplo).
Nesses casos, o Ministério da Saúde recomenda que, antes de ser consumida, a água deve ser filtrada (com filtro doméstico, coador de papel ou pano limpo) e depois fervida. A fervura da água mata bactérias, vírus e parasitas, mas não elimina a sujeira por isso a importância de combinar os dois procedimentos.
Segundo a Sanepar, a qualidade da água é garantida até o cavalete de entrada domiciliar. A empresa diz que não é necessário tomar nenhum cuidado extra a não ser a limpeza da caixa-dágua do imóvel a cada seis meses.
