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impasse

Santuário de Vila Velha se perde no esquecimento

Igreja de 1979 seria demolida há 10 anos, mas governo estadual e diocese de Ponta Grossa ainda não decidiram o que fazer com o imóvel

Sem o futuro definido, igreja está ocupada apenas por insetos | Josué Teixeira / Gazeta do Povo
Sem o futuro definido, igreja está ocupada apenas por insetos (Foto: Josué Teixeira / Gazeta do Povo)

O santuário do Parque Estadual de Vila Velha completa 35 anos em novembro, mas há sete anos a edificação, que dá vista para os arenitos, é ocupada apenas por aranhas, cupins e outros insetos. A igreja está fechada e sem manutenção porque não há definição sobre o uso. Há dois meses, a diocese de Ponta Grossa pediu à Casa Civil do Palácio Iguaçu a reabertura das negociações para a utilização do espaço.

Criado há 60 anos, o parque ficou fechado entre 2002 e 2004 por uma decisão judicial que determinava a revitalização da unidade. As estruturas que não têm relação com os ideais de preservação ambiental, como a igreja, a lanchonete e a piscina, foram desativadas após a reabertura. O plano de manejo do parque, apresentado em 2004, previa a demolição da igreja. Não houve intervenção estadual no santuário nas duas gestões do governador Roberto Requião nem na do governador Beto Richa.

Vila Velha é de responsabilidade do Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do IAP, Guilherme de Camargo Vasconcellos, disse que não há planos para a igreja, já que atualmente a preocupação central é a eliminação de espécies exóticas e invasoras da flora na unidade.

Vasconcellos comenta, porém, que o impasse está na finalidade da edificação. "O uso da igreja está em desacordo com a preservação do parque", afirma. O plano de manejo aponta ainda que a edificação causa "um forte impacto visual" na unidade. A igreja pode ser vista da rodovia BR-376, mas não faz parte do roteiro de visitação pública.

Ela era usada, até meados de 2007, em algumas datas especiais, como a festa da padroeira do santuário e da diocese, a Mãe da Divina Graça. Segundo o bispo de Ponta Grossa, dom Sérgio Arthur Braschi, havia caseiros contratados pela diocese que moravam no anexo da igreja e cuidavam do prédio.

A Casa Civil informou que, para dar andamento à discussão sobre o reuso da igreja, depende de um pedido por escrito da diocese. Dom Sérgio reconhece que o impasse é de difícil solução. "Não temos nenhuma proposta porque sabemos que é difícil para o estado nos doar a área ou criar um acesso que esteja separado do parque", completa. Pela informação inicial da diocese, o espaço foi cedido pelo estado em comodato para a mitra.

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