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Violência

Saques e mortes na noite baiana

Com a Polícia Militar em greve, Salvador registra 18 assassinatos e 11 ataques a lojas. Exército vai às ruas fazer a segurança

Depois de uma madrugada de medo, militares trouxeram a tranquilidade de volta ontem à tarde em Salvador | Lúcio Távora/Folhapress
Depois de uma madrugada de medo, militares trouxeram a tranquilidade de volta ontem à tarde em Salvador (Foto: Lúcio Távora/Folhapress)
Eletrodomésticos e alimentos foram roubados por grupos numerosos que aproveitaram a noite para agir |

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Eletrodomésticos e alimentos foram roubados por grupos numerosos que aproveitaram a noite para agir

A capital baiana viveu uma madrugada de medo ontem, com atos de vandalismo e violência, e um número incomum de homicídios, em função da greve da Polícia Militar no estado. Onze lojas da região central de Salvador foram arrombadas e saqueadas ao longo da noite. Em algumas ações, segundo testemunhas, grupos de mais de 30 homens, alguns armados, participaram das ações. Não houve registro de feridos. Na tarde de ontem, integrantes de um dos grupos que promoveram os saques – seis mulheres e dois homens – foram presos com itens subtraídos de uma das lojas arrombadas.

A madrugada também registrou um alto número de assassinatos em Salvador e região metropolitana. Foram 18 casos entre a meia-noite e as 6h30 – 13 deles apenas na capital. No ano passado, a média diária de homicídios registrada em Sal­va­­dor foi de 4,2.

Os ataques fizeram com que boa parte do comércio de Sal­vador e de outras grandes cidades da Bahia, como Feira de San­­tana e Ilhéus, amanhecesse fe­­chada. Seis faculdades particulares de Salvador e escolas de outros municípios dispensaram os alunos das aulas.

A situação na capital e nas cidades do interior só começou a ser normalizada no meio da manhã, com a chegada às ruas de militares do Exército e, mais tarde, da Força Nacional de Segu­rança. "Ficou mais tranquilo, policiado, antes a gente estava muito tenso", relata a gerente de loja Claudia Rocha Santos.

O estabelecimento que ela comanda, filial de uma rede de eletrodomésticos no bairro da Liberdade, um dos mais importantes no comércio soteropolitano, havia aberto apenas uma das quatro portas de ferro até as 10 horas, quando passou o primeiro caminhão, com cerca de 30 militares a bordo. Depois, com o Exército já circulando pela área, a loja foi totalmente aberta.

Apesar da aparente tranquilidade registrada durante a tarde, alguns grandes eventos programados para o fim de semana, como o Cerveja & Cia Folia, comandado pela cantora Ivete Sangalo, foram suspensos.

Gratificações

A paralisação da PM baiana foi deflagrada na última terça-feira por uma das nove entidades da classe, a Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), que representa cerca de 2 mil dos 32 mil policiais e bombeiros do estado.

A entidade cobra do governo a incorporação de gratificações aos salários, além de regulamentação para o pagamento de adicionais, como periculosidade e acidente. O movimento ganhou força ao longo da semana e, segundo estimativas da entidade – não negadas pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia –, já abrangeria cerca de um terço do efetivo policial no estado.

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