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Carros do Batalhão de Choque em frente a casa do sargento que ameaçou a própria família nesta tarde | João Varella / Gazeta do Povo
Carros do Batalhão de Choque em frente a casa do sargento que ameaçou a própria família nesta tarde| Foto: João Varella / Gazeta do Povo

Memória

Uma situação similar a ameaça de suicídio desta tarde parou a Praça Osório no Centro de Curitiba em agosto do ano passado. Assim como o sargento Moraes, a grávida Emanuélli Gabardo ameaçava tirar a própria vida com uma arma da corporação. Emanuélli, filha de policiais militares, furou o bloquieo policial danificando uma moto da PM. Até hoje, ela não foi julgada.

O sargento do 20º Batalhão da Polícia Militar Abimael Moraes, 43 anos, fez refém a mulher e o filho de 15 anos numa casa na Avenida Porto, no bairro Santa Terezinha, em Colombo, região metropolitana de Curitiba, na tarde desta terça-feira (6). Vizinhos que testemunharam o fato e alguns policiais que cercaram a área afirmam que a família foi solta após cerca de uma hora. Depois, o policial ameaçou cometer suicídio. Após quatro horas de negociação, a PM voltou atrás e negou que houvesse a situação de sequestro. Moraes chegou a disparar um tiro, mas ninguém ficou ferido.

Uma área de aproximadamente 100 metros foi isolada pela Ronda Ostensivas de Natureza Especial (Rone) e pelo Centro de Operações Especiais (COE) por volta das 13h40. Após a libertação dos reféns, às 14h30, ele passou a ameaçar cometer suicídio e acabou se entregando às 17h30.Segundo informações da Polícia Militar, o sargento está afastado das funções operacionais da corporação. A mulher de Moraes, Denise Saldanha, afirma que o sargento estaria passando por uma crise conjugal, além de ter perdido a mãe recentemente. Ele discutiu com a mulher e a tomou como refém junto com o filho adolescente do casal. As negociações tiveram como centro a casa vizinha pertencente ao sogro do policial. Cerca de 20 policiais foram envolvidos na operação, incluindo bombeiros do Serviço de Integrado de Atendimento ao Trauma Emergencial (Siate), que estiveram de plantão no local.

Os vizinhos da residência confirmaram um disparo logo depois que Denise saiu da casa. O capitão Luiz Marcelo Maziero afirma ter sido um disparo acidental de uma arma da corporação. O sargento estaria ameaçando se matar, segundo o capitão Maziero. Das 17h15 às 17h30, ele passou a conversar com o negociador a partir do muro da casa quando entregou a arma à polícia.

O capitão Maziero proibiu que rádios e televisões transmitissem ao vivo do local durante a negociação, pois, segundo ele, uma rádio FM teria feito uma transmissão que teria dificultado o trabalho.

Para os vizinhos, a atitude do sargento causou surpresa. "Ele é uma pessoa confiável e distinta na região. Mora há pelo menos dez anos aqui e nunca deu problema", disse a professora aposentada Maria Corrêa, vizinha do policial.

Versões

No início da operação, os policiais afirmaram que a família era refém do policial. Investigadores da delegacia do Alto Maracanã que foram até o local oferecer ajuda também obtiveram essa informação. Uma vizinha, que prefere não se identificar, fez contato com Denise e ela teria dito que estava sob a mira da arma do sargento.

No final da tarde, após os policiais comemorarem a entrega da arma, um dos negociadores falou à imprensa que o policial seria "abraçado pela corporação". O coronel Carlos Bührer, do 20º BPM, negou que houvesse sequestro. "Ele só fez uma ameaça, mas a mulher saiu correndo. O filho estava na casa da sogra o tempo todo [uma residência ao lado da casa do sargento]", disse.

Segundo o coronel, todo o cerco policial foi montado para evitar que Moraes tirasse a própria vida. Cerca de 20 policiais e sete carros foram deslocados. Denise foi afastada do local pela polícia. Aproximadamente 15 minutos depois, retornou e chamou a imprensa se oferecendo para dar entrevista. Ela passou então a confirmar a versão do coronel e frisou que Moraes é um "excelente marido". Após a rápida entrevista coletiva, ela se dirigiu aos policiais novamente.

A comunicação social da Polícia Militar também negou a situação de sequestro. Moraes foi levado pelo Siate para atendimento médico-psiquiátrico. A PM não soube dizer que tipo de sanções o sargento pode sofrer.

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