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Saúde pública

SAS terá licitação no interior

Reajuste médio de 11% no serviço não agrada aos concorrentes. Usuários se preocupam com mudança no atendimento

Os contratos de prestação de serviço médico aos usuários Sistema de Assistência à Saúde (SAS) nas ci­­dades de Ponta Grossa, Cascavel e Maringá terminam nos próximos 60 dias e a Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) se apressa para publicar um novo edital de licitação para a escolha dos hospitais que darão seguimento ao atendimento. Segundo o diretor do SAS no Paraná, Eduardo Mischiatti, a publicação aguarda apenas o parecer do governador Orlando Pessuti.

Juntas, as cidades somam 94 mil beneficiários que olham com atenção para possíveis mudanças no sistema. Contudo, o reajuste médio de 11% oferecido pelo go­­verno é considerado pouco atrativo pelos possíveis concorrentes, o que abre margem para uma nova concorrência vazia, como já ocorreu em Maringá, em fevereiro.

O Hospital Santa Catarina, que presta o serviço em Cascavel, recebe hoje R$ 17,80 por beneficiário. A Santa Casa de Ponta Grossa recebe R$ 20,23 e o Hospital Metro­po­litano de Sarandi (região de Marin­gá) recebe R$ 23,80, o segundo maior valor do Paraná. Os valores máximos previstos para os novos contratos são R$ 21,40, R$ 23,80 e R$ 23,80 por usuário cadastrado, respectivamente, mas os dirigentes das unidades alegam que o reajuste ainda não cobre os gastos.

A preocupação é compartilhada pelo Sindicato dos Servidores Estaduais de Maringá e Região (Sintemmar), que teme que novamente a licitação não atraia interessados e que o atendimento médico seja interrompido, como ocorreu em março. O Hospital Santa Rita, que até então era responsável pelo serviço, não renovou contrato emergencial, deixando 41 mil usuários da região de Maringá sem assistência.

Para Carlos Ferri, diretor do Hos­­pital Metropolitano, que atende a região de Maringá em caráter de emergência desde março, o va­­lor adequado seria de R$ 32 por be­­neficiário, mas ele sabe que será difícil negociar uma quan­­tia maior do que a oferecida. "Os usuários do SAS fazem parte de uma população esclarecida e que exige sempre o melhor atendimen­­to, e tudo isso tem um custo elevado."

Já o diretor do SAS na Santa Ca­­sa de Ponta Grossa, Dalton Scarpin Gomes, disse que o hospital ainda não pode garantir que participará da nova concorrência, pois não sabe o que o edital prevê. Mesmo assim, para o padrão de atendimento oferecido na cidade hoje, o reajuste não está a contento. "Acho que o valor está defasado. Tivemos um reajuste em cinco anos e temos que avaliar (a participação na licitação) para que pelo menos não tenhamos prejuízo", afirmou.

Desconforto

O fim do contrato com um hospital e a possibilidade da prestação de serviço por outro pode trazer com­­plicações no tratamento de al­­guns usuários, como para a aposentada Shirlei Galete, de 66 anos. Ela é residente em Nova Esperança, região de Maringá, e tem sofrido com a descentralização do atendimento. Até março, todas as consultas e exames eram feitas no mesmo local, mas agora ela precisa se deslocar sete quilômetros para realizar todas as consultas necessárias. "Eu venho de longe, preciso passar o dia todo aqui, e para mim que sou aposentada não é fácil. Antes era tudo junto, mas agora eu faço exame aqui (região central de Maringá) e preciso ir até Sarandi (região metropolitana) para mostrar para o médico", disse.

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