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Passagem de ônibus passou de R$ 2,70 para R$ 2,85 à zero hora de ontem | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Passagem de ônibus passou de R$ 2,70 para R$ 2,85 à zero hora de ontem| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Manifestação

Protesto contra aumento da passagem é marcado para sexta-feira

Integrantes da Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba, organização que reúne movimentos sociais que buscam a redução no preço da passagem de ônibus, marcaram protesto contra o aumento da tarifa para esta sexta-feira, 14 de novembro. A manifestação vai sair da Boca Maldita, no Centro da capital, a partir das 18 horas. A decisão foi tomada em assembleia no início da noite de ontem, na Praça Santos Andrade. Depois da reunião, cerca de 40 integrantes do grupo foram para a Praça Rui Barbosa, onde distribuíram panfletos sobre o protesto, com os seguintes dizeres: "Se a tarifa não baixar, Curitiba vai parar". A Frente também pediu uma audiência com o prefeito, mas ainda não teve resposta.

Colaborou Luan Galani

O passageiro que teve de desembolsar R$ 0,15 a mais para se deslocar de ônibus por Curitiba e região ontem, pode preparar o bolso para mais um reajuste em fevereiro. A nova alta ainda dependerá de quatro variáveis que estão sendo discutidas pela prefeitura de Curitiba. Uma delas, segundo o prefeito Gustavo Fruet, é o índice de correção dos salários de motoristas e cobradores.

O reajuste previsto para fevereiro não se limitará à simples correção tarifária. Além dos aumentos na chamada tarifa técnica – aquela que é repassada às empresas – e na tarifa cobrada do usuário, a prefeitura pretende lançar mão de um desconto para quem usa o cartão transporte. Mas o valor, segundo Fruet, também depende das quatro variáveis listadas a seguir.

Outra novidade, essa ainda sem data para ocorrer, é a tarifa alternativa por horário. A ideia é estimular o uso do ônibus fora do horário de pico. "Queremos ampliar a integração temporal para alguns horários, sem que a pessoa precise ir até um terminal para não pagar uma segunda passagem", diz o prefeito.

Subsídio estadual

O atual convênio entre pre­feitura e governo estadual acaba no próximo mês. Atual­mente, o teto de repasse estadual para equilibrar as contas do sistema está em R$ 7,5 milhões mensais. Segundo a Urbs, com o reajuste a projeção é de que seja necessário um valor menor até o fim do ano (R$ 6,6 milhões mensais). Ainda não se sabe se o governador Beto Richa manterá a mesma colaboração ou se a diminuirá em função do novo reajuste tarifário previsto para fevereiro. "Já estive com o governador e expliquei que precisamos recuperar uma série de investimentos. Há um desequilíbrio [no sistema] desde 2010", argumenta Fruet.

Reajuste salarial

A remuneração de cobradores e motoristas representa 47% da planilha da tarifa técnica, segundo a Urbs. Todo reajuste, portanto, tem impacto direto no valor que é repassado às empresas de ônibus. Tanto que as duas datas-bases ocorrem sempre no mesmo mês. O reajuste médio anual dos últimos quatro anos foi de 10% – sempre acima do INPC. Neste ano, as negociações terminaram em greve. Em 2015, Fruet diz que tratará pessoalmente do assunto. "Vou convidar o presidente do Sindimoc para um dialogo", afirma.

Inflação

A inflação acumulada desde 2012 também pesará na conta. Isso vale para o reajuste dos trabalhadores, mas também para o cálculo de reajuste sobre outros itens da tarifa técnica – como peças e acessórios. Isso porque houve represamento na aplicação dos reajustes. Entre março de 2012 e anteontem, o sistema teve aumento de R$ 0,10 no valor cobrado do usuário e de R$ 0,31 na tarifa repassada às empresas.

Cálculo técnico

Apesar dos estudos de entidades como Tribunal de Con­tas, Ministério Público, OAB e das conclusões da CPI do Trans­porte Coletivo mostrarem que a tarifa repassada às empresas é maior do que de­veria, essa queda é vista qua­se como uma miragem. Ba­seado em auditorias internas da Urbs, a prefeitura tentou sem sucesso no ano passado tirar três itens que equivalem a R$ 0,13. Os itens também aparecem nos relatórios gerados pelas en­ti­dades. "Não tenho esperança [de reverter a decisão na Justiça] em curto prazo", lamenta Fruet.

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