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Uma decisão da Justiça em Curitiba absolveu o segurança Arthur Hoffmann Neto, na época com 26 anos e empregado do James Bar, da acusação pelo crime de lesão corporal gravíssima. Neto foi o segurança que impediu Guilherme Carvalho Koerich, então com 18 anos, de sair do estabelecimento sem pagar R$ 20 de sua comanda – a conta tinha totalizado R$ 60 e Guilherme disse ter apenas R$ 40. Ao correr, o cliente se feriu e depois de alguns dias teve a perna amputada no hospital. O caso ocorreu em dezembro de 2012, mas teve o julgamento em primeira instância apenas no último dia 6 de maio, quase três anos depois. Cabe recurso.

A denúncia contra Neto foi apresentada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) em junho de 2013 após um inquérito policial. Desde o início, a defesa do segurança Arthur Hoffmann Neto defendeu que a acusação não conseguiu provar que houve chute ou pulo cometido por pelo segurança contra Guilherme de Carvalho Köerich. Nos autos é possível perceber que a argumentação dos defensores de Neto foi sempre que não havia provas de agressão. Os ferimentos, conforme a versão do segurança no processo, ocorreram por um tropeço acidental.

Já a acusação, representada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), deu a versão de que a ação do segurança foi determinante para os ferimentos. Conforme informações de depoimentos anexos ao processo, Koerich teve lesões no nariz por ter caído com a face no chão. A vítima chegou a dizer que desmaiou, mas o segurança nega. O socorro foi feito por uma equipe do Siate, que também foi convocada e prestou depoimentos durante o desenrolar do caso na Justiça.

O juiz José Orlando Cerqueira Bremer foi quem julgou o caso. Ele entendeu que todas as provas, em especial os depoimentos, não comprovaram que a origem do tombo tenha sido ocasionada por ações realizadas pelo segurança. Embora algumas das testemunhas tenham afirmado categoricamente que viram a agressão, outras “vacilaram quando questionadas sobre o que causou a queda”, diz nos autos o juiz José Orlando Cerqueira Bremer. Sendo assim, conforme posicionamento do juiz, absolvição é “decisão que mais correto se afigura.”

O advogado de Koerich, Edison Rangel Júnior, relatou que ainda não foi notificado da decisão e que por esse motivo prefere não se manifestar por enquanto.

A reportagem também tentou contato com o James Bar via telefone do site oficial da casa, mas ninguém atendeu às chamadas até o mesmo horário.

Relembre o caso

O incidente ocorreu no início da madrugada de 6 de maio de 2012, quando Koerich entregou sua comanda ao segurança e deixou o bar. Ao perceber que o papel não continha o carimbo do caixa, o funcionário da casa foi atrás do jovem. A partir deste instante, há duas versões.

Koerich afirmou que foi perseguido pelo segurança e que levou um golpe – possivelmente um chute – na altura do joelho esquerdo e caiu. O agente teria caído sobre o rapaz. O jovem chegou a ser levado novamente para dentro do bar, onde aguardou a chegada do Siate. No dia 12 de maio, o rapaz teve a perna esquerda amputada em decorrência dos ferimentos.

Segundo a versão defendida pelo bar na época, o funcionário perseguiu o Koerich para trazê-lo de volta à casa. Entretanto, o rapaz teria tropeçado no meio-fio e caído. O segurança que vinha logo atrás teria esbarrado no jovem e caído sobre ele.

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