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Mesmo sem receber os salários, os médicos terceirizados do Hospital da Zona Sul seguem em atendimento no Pronto Socorro | Roberto Custódio / Arquivo JL
Mesmo sem receber os salários, os médicos terceirizados do Hospital da Zona Sul seguem em atendimento no Pronto Socorro| Foto: Roberto Custódio / Arquivo JL

Apesar de prometido pelo Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema (Cismepar), o pagamento de pelo menos metade dos salários atrasados de novembro aos médicos plantonistas terceirizados não saiu do papel. A promessa era quitar a primeira parcela ainda na tarde de sexta-feira passada (16), mas o crédito do salário nas contas dos médicos não foi efetivado até a manhã desta segunda-feira (19). Assim, o Pronto-Socorro do Hospital da Zona Norte segue fechado aos atendimentos de urgência e emergência. Já no Hospital da Zona Sul a situação é de superlotação.

No Hospital da Zona Sul, o atendimento do PS segue mesmo com os médicos sem receber os salários. Por volta das 9 horas eram quatro profissionais na escala de plantões: um cirurgião e três clínicos. "Nos transformamos em uma equipe de filantropia, trabalhando de graça", desabafou o médico Ricardo Vargas, que também é plantonista do Zona Norte. Segundo ele, o PS estava com atendimento acima da capacidade pela manhã.

O médico confirma que o pagamento ainda não foi confirmado pelo Cismepar. Uma falha no sistema bancário teria sido dada como justificativa para a não transferência dos valores. "Foi isso que nos foi passado, que o Luiz Lino [de Almeida Junior, diretor executivo do Cismepar] e o prefeito de Prado Ferreira [e presidente do Cismepar, Sílvio Damaceno] tentaram fazer a transferência do dinheiro pela internet e não deu certo. E estamos assim, sem dinheiro, mas trabalhando para não deixar a população tão desassistida", comentou o médico.

A reportagem entrou em contato com Damaceno, que confirmou a falha no sistema de autenticação do Banco do Brasil. "Nós já tínhamos um token [dispositivo de validação de conta] da Prefeitura de Prado Ferreira e foi feito um novo para o Cismepar. Por isso, o sistema deu erro e não conseguimos transferir o dinheiro", disse. Segundo o prefeito, uma nova tentativa será feita na manhã desta segunda-feira. Desta vez, ele deve comparecer pessoalmente à agência bancária.

Imbróglio

Uma reunião realizada na semana passada parecia ser o início do fim da crise. Representantes dos dois hospitais e do Cismepar se encontraram com o secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, para tentar chegar a um acordo. Desta reunião surgiu a proposta de parcelar o salário de novembro em duas vezes: uma seria paga em 16 de janeiro e a outra uma semana depois, no dia 23.

A assessoria de imprensa da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) disse que Caputo Neto confirmou, na mesma reunião, que o estado irá antecipar o repasse da verba de fevereiro para o Cismepar. "A parcela de janeiro deve ser paga já na semana que vem [nesta semana] na tentativa de ajudar o Consórcio a gerenciar a crise que enfrenta", disse, por meio da assessoria. Segundo a Sesa, a verba destinada ao pagamento dos salários dos médicos tem origem federal.

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