Sem terminal, Viracopos será “garagem” da Copa

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O atraso nas obras de expansão do aeroporto internacional de Viracopos, em Campinas (SP), fará com que o pátio de aeronaves do novo terminal seja usado apenas como "estacionamento" de aviões executivos durante a Copa do Mundo.

Concessionária que administra o aeroporto, a Aeroportos Brasil deveria ter entregado no domingo um novo terminal de passageiros, um edifício-garagem, adequações viárias de acesso ao aeroporto, novas pistas de taxiamento e novos pátios de aeronaves, além de reformas no atual terminal e na pista de pousos e decolagens.

Apenas as reformas no atual terminal e na pista de pousos e decolagens foram feitas, e nenhuma obra relacionada à nova estrutura está concluída – nem o pátio que servirá de estacionamento. Segundo a Aeroportos Brasil, as obras estão 97% finalizadas no novo pátio e na pista de taxiamento, 95% no edifício-garagem e 92% no novo terminal de passageiros.

Devido ao descumprimento do prazo, previsto no contrato de concessão assinado em 2012, a Agência Nacional de Aviação Civil está desde domingo em Viracopos verificando o que não ficou pronto. A multa pelo atraso pode chegar a até R$ 170 milhões, segundo a agência, somados a mais R$ 1,7 milhão por dia de descumprimento.

Embora os novos pátios não estejam prontos, a Aeroportos Brasil ofereceu à Anac 77 posições de aeronaves, sendo 55 para a aviação geral e 22 para a aviação comercial.

O ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, esteve ontem em Viracopos e reconheceu o atraso nas obras, mas minimizou a situação ao afirmar que ela impacta a Copa, pois a função de Viracopos para o torneio é outra. "Ninguém está querendo fugir do fato, que é visível e está sendo medido [...] Para a Copa, Viracopos tem de cumprir duas funções: a primeira é receber delegações e, a segunda, ser uma área em que o pátio possa ser usado de maneira adequada para estacionamento", disse o ministro.

Moreira Franco afirmou ainda que a falta de estacionamento é "um grande problema" em grandes eventos, citando a Olimpíada em Londres e a Copa na África do Sul. "O problema de estacionamento de aeronaves executivas, sobretudo nos jogos finais, tem sido muito grave", disse. "Então Viracopos ficou de garantir o pátio necessário."