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Habitação

Sem-teto rejeitam proposta de desocupação

Londrina - Sem-teto que ocupam duas áreas próximas ao Jardim San Rafael (zona leste) não aceitaram ontem a oferta de transferência para outro local, feita pela Companhia de Habitação de Londrina (Cohab), que agora promete exigir na Justiça a reintegração de posse. Uma comissão das famílias esteve ontem na sede da Cohab, mas seus integrantes saíram revoltados com a proposta de assentar 15 das famílias mais carentes no Jardim Campos Verdes (zona oeste). Eles ameaçam ficar no local e ocupar novas áreas.

A principal reclamação dos sem-teto é a proposta de transferência de parte das famílias para uma região da cidade considerada ruim por eles. O vice-presidente da Federação dos Assentamentos de Londrina, Osvaldo Martins, lembra que o Jardim Campos Verdes é sempre rejeitado. "Faz 20 anos que só mexo com invasão e nunca ninguém quer porque lá é fim de esquina. Só tem curva de rio", diz.

Oriundos em sua maioria dos bairros mais carentes da região, os moradores que estão nas duas áreas, segundo a federação, somam 67 famílias. Os terrenos se dividem em dois e a maior parte deles está espalhada em um fundo de vale, que se trata de área de preservação permanente. A outra área está ocupada por 19 famílias e pertence à prefeitura, onde, conforme informou a Cohab, está prevista a construção de um posto de saúde.

O presidente da Cohab, João Verçosa, disse que não há possibilidade de as famílias ficarem onde estão. Segundo ele, a princípio, só haveria possibilidade de assentar os mais carentes e o restante teria que voltar para as casas onde moravam antes da ocupação. "Entendemos que muitos ali estão em uma condição delicada. Mas, como eles não aceitaram, a solução é a reintegração de posse", completa.

Martins disse que as famílias não vão sair e disse que qualquer tentativa de retirada provocará reação do grupo. "Se eles forem com a polícia lá, eles tiram a gente de manhã e nós voltamos de tarde", disse. De acordo com ele, existe um terreno na zona leste que poderia assentar parte das famílias que ocupam a atual área. "Mas eles não querem saber de ajudar e sim jogar o pessoal lá longe", acusa.

Além das famílias que já estão no terreno, Martins contou que deve ser posta em prática a ocupação de um terceiro terreno próximo à unidade de saúde do Jardim Interlagos. Conforme ele explica, até agora, havia um controle por parte da federação para que outras famílias não tomassem a área. "Já tem umas 20 famílias querendo. Vou abrir a porteira e deixar o pessoal entrar", promete.

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