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Veja quem são os principais envolvidos no julgamento do Caso Isabella |
Veja quem são os principais envolvidos no julgamento do Caso Isabella| Foto:

Relembre o Caso Isabella Nardoni

Promotor e advogado tiveram momentos de embate no júri nesta sexta

Veja quem são os sete jurados

Os sete jurados que irão definir o futuro do casal Nardoni são, em sua maioria, jovens. São quatro mulheres e três homens.

Compõem o conselho de sentença dois universitários e um eletricista, uma auxiliar de cobrança, uma técnica em vendas, uma publicitária e uma arquiteta.

Duas mulheres foram descartadas durante o sorteio realizado no primeiro dia de julgamento – uma pela Promotoria e outra pela defesa. Não foi preciso explicar o motivo.

A indicação dos jurados é feita pela sociedade, em faculdades, sindicatos, associações, igrejas. A lista pode ter ainda voluntários que se inscrevem nos fóruns criminais. A cada julgamento, 40 nomes são escolhidos. Desses, 15 ficam na reserva: não precisam nem comparecer.

As outras 25 pessoas são obrigadas. Pagam multa se faltarem sem justificativa. Desse grupo é que são escolhidos os sete jurados que formam o conselho de sentença.

Entenda como funciona o tribunal

O julgamento do casal Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni é realizado no 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo.

Apenas sete jurados compõem o conselho de sentença. O sorteio ocorreu na segunda-feira. Durante os cinco dias de julgamento os integrantes do conselho ficam incomunicáveis.

O julgamento segue a seguinte ordem:

- Sorteio dos jurados (realizado por volta das 16h desta segunda-feira): sete foram sorteados, entre 40 possíveis.

- Depoimento das testemunhas (interrogatórios das testemunhas de acusação e defesa ocorreram desde o início da noite de segunda até quarta): primeiro são ouvidas as arroladas pela acusação, depois as da defesa.

- Interrogatórios dos réus (Casal Nardoni foi interrogado durante toda quinta-feira): acusados do crime respondem a perguntas de defesa e acusação (os jurados também podem fazer questionamentos, por intermédio do juiz).

- Leitura de peças: trechos do processo, como provas recolhidas por carta precatória.

- Debates: são disponibilizadas duas horas e meia para os argumentos da acusação e o mesmo para a defesa (realizados). Depois, há duas horas de réplica (promotor Francisco Cembranelli finalizou argumentos da acusação) e o tempo igual de tréplica (termina argumentos finais do advogado de defesa Roberto Podval).

- Voto em sala secreta (jurados já respondem questões; definição para inocentar ou culpar casal Nardoni): jurados vão até a sala secreta e respondem a quesitos estabelecidos pelo juiz. Depois, o magistrado formula e lê a eventual sentença.

Tensão em frente ao Fórum de Santana

Com o ânimo cada vez mais acirrado dos manifestantes em frente ao Fórum de Santana, na Zona Norte, o coronel Ricardo de Souza, da Polícia Militar, já estuda a possibilidade de convocar a Força Tática para controlar a multidão.

"Tudo depende do veredicto. A gente vai conversar com as partes e fazer o que for melhor. Se eles forem condenados, é uma situação. Se eles forem absolvidos, a gente vai conversar com eles, ver para onde vão, se vão para casa, para um hotel, viajar, para organizar a escolta. Tudo já está esquematizado e pronto", afirma.

Sobre os protestos, diz que a única preocupação é que "a gritaria não atrapalhe o julgamento". "Por enquanto, está ok. Mais que isso é um problema." A PM tem pedido para a imprensa que evite filmar os manifestantes, para que eles não se empolguem.

Pastor quase é linchado ao defender casal

Um pastor quase foi linchado ao defender o casal Nardoni da participação na morte da menina Isabella. Ele se juntou à multidão de pessoas que está na frente Fórum de Santana, na Zona Norte da capital, onde acontece o julgamento do caso Isabella. De acordo com testemunhas, a polícia interveio e tirou o pastor à força da frente do prédio para que não fosse linchado.

Cembranelli e Podval estudaram na mesma faculdade

Os dois principais atores do embate que se trava desde segunda-feira (22) estudaram na mesma faculdade, conforme revelou nesta sexta uma reportagem do portal G1. O julgamento do casal Nardoni, acusado de matar a menina Isabella, coloca como antagonistas o promotor Francisco Cembranelli e o advogado Roberto Podval. Além de terem frequentado os bancos da faculdade FMU, na capital paulista, eles são reconhecidos por serem competentes em suas linhas de atuação, com a vitória permeando a quase totalidade dos casos que entraram.

Francisco José Tadei Cembranelli ingressou no Ministério Público em 1988. A função de promotor sempre foi algo muito próximo a ele, já que o pai foi promotor. Tem 49 anos, é casado, pai de dois filhos e conselheiro do Santos Futebol Clube. Atualmente, é promotor no Fórum de Santana.

Entre os casos importantes que atuou na Promotoria está o júri dos policiais acusados de matar o dentista Flávio Sant’anna, confundido com um assaltante, em 2004. Os dois PMs foram condenados a 17 anos de prisão. O Tribunal do Júri do casal Nardoni é o julgamento de número 1.078 na carreira de Cembranelli. Dos 1.077 que participou até agora, ele foi vitorioso em mais de 1.000 julgamentos.

Advogado criminalista, Roberto Podval graduou-se em direito em 1989. Aos 44 anos, já participou de 15 julgamentos, perdendo apenas dois. Podval é sócio de um escritório de advocacia criminal que leva seu sobrenome. A sede é na nobre região dos Jardins, em São Paulo, com filial em Brasília.

Dos casos que atuou, destaque para a defesa do médico Farah Jorge Farah, que matou e esquartejou a amante. O cliente foi condenado a 13 anos de prisão, mas está livre por causa de um hábeas corpus obtido por Podval.

Todas as informações sobre Roberto Podval foram passadas pela OAB e também por consulta a arquivos. O portal de notícias G1 procurou o escritório de advocacia de Podval solicitando mais detalhes sobre a carreira profissional e vida pessoal dele. No entanto, nada foi repassado.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, a sentença de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá será conhecida na madrugada deste sábado (27). Os sete jurados já estão reunidos na sala secreta Os sete jurados há mais de uma hora e meia respondendo aos quesitos para definir o futuro do casal Nardoni. Após a votação, o juiz Maurício Fossen se retira para lavrar a sentença. Ele terá uma hora para esse trabalho, das 23h30 de sexta à 0h30 de sábado. O anúncio da sentença está previsto para a 1h.

Antes do recesso para o jantar, o juiz Maurício Fossen disse que a decisão do júri pode demorar. Isso porque os jurados terão de responder a duas séries de quesitos para cada um dos réus – Alexandre Nardoni e Anna Jatobá: uma para o crime de esganadura e outra para politraumatismo. Só depois disso haverá a elaboração da sentença.

Entre as perguntas que serão feitas para inocentar ou condenar Alexandre estão: "O politraumatismo procovou a morte?", "Alexandre deixou de socorrer quando alguém esganava?", "Foi Alexandre quem lançou a menina do prédio?", "O júri absolve o réu?", "O crime de esganadura foi praticada por meio cruel?", "A esganadura foi feita impossibilitando a defesa da vítima?", "Quando a vítima foi jogada do sexto andar, ela não teve defesa?".

No caso de Jatobá, algumas das questões são "A asfixia concorreu para a morte de Isabella?", "Ela apertou o pescoço de Isabella para asfixiar a menina?", "Ela concorreu, apoiou ou se omitiu para que Alexandre jogasse a menina da janela?", "O júri absolve a ré?".

A decisão do júri se dá por maioria simples. Portanto, bastam o voto de quatro jurados para absolver ou condenar o casal.

Em seguida, o juiz abordará a acusação de fraude processual. O pai e a madrasta de Isabella são acusados de tentar modificar a cena do crime, lavando as manchas do sangue de Isabella no apartamento. Também aqui será perguntado se houve um crime, se os réu causaram o crime e se eles são inocentes.

Podval pede "absolvição" do casal "por absoluta ausência de provas" em tréplica

A tréplica do advogado Roberto Podval, que defende o casal Nardoni, terminou às 21h desta sexta-feira. O advogado, que tinha duas horas para fazer suas argumentações finais, utilizou apenas 45 minutos. Então, o juiz Maurício Fossen fez a leitura dos quesitos para os jurados. O advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval reafirmou durante a tréplica no julgamento que não há provas contra o casal. "Peço a absolvição deles por absoluta ausência de provas", disse.

Ele citou que, apesar de ter pingado sangue em diversos pontos do apartamento, não havia nada na roupa de Alexandre. "Essa criança sangrou no apartamento inteiro e não tinha uma gota de sangue na roupa dele?", questionou.

Ele citou horários que seriam divergentes passados pela Polícia Militar sobre o momento da ligação após a queda da menina. Podval questionou se acusar com base nesses dados é seguro. No final de sua argumentação, o advogado virou para o promotor Francisco Cembranelli e falou sobre o trabalho dele nestes dois anos no caso. E depois virou para os réus e disse que Cembranelli havia apenas feito o papel dele.

Promotor faz réplica e diz que morte foi "canalhice sem precedentes"

O promotor Francisco Cembrabelli, que iniciou sua réplica às 18h, mostrou aos jurados fotos do quarto de Isabella e disse que "a própria dinâmica do quarto" mostra que a menina não chegou a ser colocada na cama, já que havia duas bonecas atravessadas em cima do colchão. Pela teoria dele, o quarto estava do jeito que a menina deixou durante a manhã de 29 de março de 2008. Além disso, foto da perícia prova, de acordo com ele, que Alexandre Nardoni não esticou o edredom para a menina dormir, como disse em depoimento, já que a coberta estava amassada.

O promotor ficou nervoso durante sua réplica na sala do júri e disse ser alvo de uma "canalhice sem precedentes". A frase foi dita em referência à acusação de que o delegado propôs que Alexandre Nardoni assumisse a culpa pela morte de Isabella e que ele estava presente neste momento, ainda durante as investigações. Durante a sua explanação ele fez ainda um paralelo entre a vida de Ana Carolina Oliveira e a madrasta Anna Carolina Jatobá. Para ele, a mãe de Isabella era uma mulher que teve uma filha cedo, trabalhava, tinha independência financeira e um novo relacionamento amoroso. Enquanto isso, a madrasta tinha um filho pequeno, que não dava descanso a ela, era uma "escrava", dependia financeiramente da família do marido e havia abandonado a faculdade.

"Esse era um barril de pólvora que estava prestes a explodir", afirmou. Segundo o promotor, ele (o ‘barril’) podia explodir contra outras pessoas mas também contra Isabella, porque a madrasta havia inclusive reclamado anteriormente para algumas testemunhas da enteada. Ele fez uma análise de comportamento para colocar a madrasta na cena do crime. "Era ela que esmurrava as vidraças, que esmurrava o marido, que jogava o filho no berço. A mania de agredir as pessoas, de se descontrolar, fazia parte do cotidiano dela."

Questionado pelo advogado de defesa, Roberto Podval, como o promotor poderia ter tanta certeza de que poderia ser Jatobá que asfixiou Isabella, Cembranelli respondeu: "O esforço empregado por ele (Alexandre) quebraria o pescoço de Isabella". O promotor diz que a madrasta tinha um ciúmes doentio e que "Isabella naquele momento representava a própria Ana Carolina Oliveira". Cembranelli também citou o relato do zelador do Edifício London, que afirmou já ter reclamações por causa das brigas do casal, apesar do pouco tempo em que eles moravam no apartamento.

Defesa do casal Nardoni critica linha do tempo da acusação

O advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval, iniciou emocionado sua argumentação, na tarde desta sexta. Ele chegou a chorar e também elogiou o promotor do caso, dizendo: "o Cembranelli me intimida." Podval afirmou que defender o casal Nardoni é uma das missões mais difíceis de sua vida, mas que "defende o que acredita". Também agradeceu a policiais e funcionários do fórum que, segundo o advogado, evitaram que ele fosse agredido. O advogado do casal enfrentou manifestações durante os dias de julgamento, além de uma tentativa de agressão.

Em seguida, ele afirmou que a linha do tempo montada pela Promotoria não bate. Segundo ele, tudo foi feito com tempo aproximado. "Se eu pudesse, sugeriria para voltarmos ao prédio, tomarmos o elevador da garagem até o sexto andar, e eu aposto com vocês que o tempo não bate", disse. Para Podval, o fato de Anna Jatobá ter visto a entrada de um veículo de um morador do prédio na garagem – ele posteriormente confirmou que chegou naquele horário – é a maior prova de que ela não estava no apartamento quando ocorreu o crime.

O advogado Antonio Nardoni, pai de Alexandre, chegou a cogitar a possibilidade de levar os jurados até o local no primeiro dia de julgamento. A maquete levada ao plenário, no entanto, ajudou a aproximar os jurados da realidade.

Ironia ao trabalho de investigação

Podval questionou, durante sua explanação, o trabalho da investigação policial e da perícia. Perguntou, por exemplo, por que não foi feito um exame para verificar a presença de pele sob as unhas do casal – a perícia diz que havia marcas de unhas na nuca da menina. Ele também questionou sobre o sangue encontrado na cadeirinha do carro. Segundo o advogado, houve uma falha, porque a perícia diz que há traços do perfil genético da Isabella, mas não conclui que o sangue é da menina. Ele falou também que, na rede de proteção da janela, foi encontrado um fio de cabelo, que acabou não examinado.

O advogado criminalista ainda ironizou as falas da perita Rosângela Monteiro, que disse em seu depoimento ser a única capaz de realizar testes com o "blue star" no estado de São Paulo. Ele a chamou de arrogante. "A pessoa mais esperada, ilustre, a mais culta, a única perita do Brasil que tem conhecimento para fazer teste do ‘blue star’", disse no início da argumentação contra a perícia. Depois de apontar as falhas observadas por ele no trabalho, Podval completou: "Aí eu sou o maluco que fica criticando e questionando a gênia".

Ele defendeu também que o crime deveria ter sido investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e disse não saber o que ocorreu no apartamento, mas apelou aos jurados. "Essas pessoas podem ser presas pelo resto da vida por matar um filho, e isso não está certo."

Sociedade e mídia pré-julgaram réus

Ao encerrar sua parte no debate disse que, se a imprensa e a sociedade tivessem outra postura no caso, o destino do casal poderia ser outro. "Se não houvesse essa loucura toda (olha para os jornalistas da sala), eles seriam absolvidos, porque não há provas. Eles entraram condenados sem serem julgados." Antes disso, ele já havia reforçado: "Aí nossa sociedade clama por justiça. Pobre da nossa sociedade. Ele também citou o caso de Madeleine McCann, que aos 5 anos desapareceu quando visitava Portugal com os pais. Em determinado ponto da investigação, eles foram colocados como suspeitos.

Por volta das 16h50, o advogado terminou sua parte citando uma frase de Chico Xavier. "Ninguém pode voltar atrás e fazer um novo começo, mas podemos fazer um novo fim", afirmou ao júri. Às 17h46, começou a réplica da acusação.

Promotor abriu último dia de debates

O promotor Francisco Cembranelli falou aos jurados que decidirão o futuro de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá por duas horas e meia, num discurso considerado eletrizante, que prendeu a atenção do plenário lotado. O promotor explicou a crononologia dos fatos no dia da morte da menina Isabella e a sequência dos telefonemas ocorridos para comunicar a Polícia e a família de Alexandre Nardoni no momento em que o corpo da criança caiu do sexto andar do prédio.

"As informações dos telefonemas, todas cruzadas, demonstram que o casal estava no apartamento no momento do crime", disse o promotor aos jurados, que não desgrudaram os olhos de Cembranelli, que tem 22 anos de júri e atuação em mais de mil casos.

Para o promotor, a tese de uma terceira pessoa na cena do crime não é factível. "Não irei discutir conjecturas, hipóteses, crenças. O que não se pode discutir são fatos. Vou lhes apresentar fatos, embasados com a tecnologia de um dos mais destacados institutos de criminalísticas do mundo, o de São Paulo", afirmou o promotor aos sete jurados.

Alexandre e Anna Jatobá não esboçaram qualquer reação. Na plateia, Rosa Maria Oliveira e o marido, avós maternos de Isabella, choraram. O avô paterno, o advogado Antonio Nardoni, pai de Alexandre, reclamou bastante e escreveu bilhetes, que repassou aos advogados de defesa.

Segundo Cembranelli, o tempo que Alexandre levou para descer até o térreo foi o mesmo que o porteiro levou para avisar o vizinho Antônio Lúcio, morador do 1º andar do edifício London, e que o vizinho demorou para pedir socorro. Para ele, o casal estava no apartamento no momento em que a menina Isabella foi jogada do apartamento 62.

A cronologia dos telefonemas, de acordo com o promotor, mostra que a sequência de fatos apresentada pelo casal Nardoni não poderia ter verdadeira. Alexandre Nardoni diz que subiu com a filha no colo até o apartamento, a colocou na cama e voltou à garagem para pegar os outros dois filhos, que estavam com a mulher, no carro. Ao chegar, disse o casal, é que ele foi ao quarto e viu que a menina havia sido jogada.

O promotor questionou ainda o porquê de Alexandre Nardoni não ter ligado para o resgate. A primeira ligação de pedido de socorro foi feita pelo morador do 1º andar, que viu a menina caída. "Ele fez o que qualquer um de nós faria, menos o pai: ligar para o resgate. É isso que se faz em uma situação de emergência. Eu pularia pela janela para defender meu filho, desceria as escadas, não ficaria apertando botão, esperando", disse.

Estado emocional da madrasta

Cembranelli disse que Anna Carolina Jatobá tentou se apresentar como uma pessoa normal, mas assinalou que esta não é a "realidade da moça". "Ela tem rompante. Não é uma pessoa comum. Chamava Ana Carolina de vagabunda. Quando ri, ri mesmo. Quando xinga, xinga mesmo. Quando agride, agride mesmo", afirmou o promotor, acrescentando que há evidências de que ela passa por "altos e baixos" e que chegou a procurar um médico e tomar remédios para combater estresse.

O promotor disse ainda que Alexandre Nardoni afirmou que nunca traiu a mãe de Isabella com Anna Carolina Jatobá, mas há depoimento de que a primeira relação sexual dos dois ocorreu em novembro de 2002, antes do fim do relacionamento anterior, que ocorreu em março de 2003, quando Isabella estava com 11 meses.

Asfixia e esganadura de Isabella

O promotor Cembranelli lembrou que Isabella tinha características de asfixia mecânica típicas de esganadura no pescoço e que a menina não poderia ter sozinha se esganado. Disse ainda que uma testemunhas ouviu uma discussão entre um casal momentos antes da queda de Isabella e reconheceu que a voz era de Anna Jatobá. A possibilidade de terceira pessoa, para ele, é descartada.

Cembranelli elogiou o trabalho da polícia e dos cerca de 40 profissionais envolvidos na investigação do crime e chamou de "pífia" a defesa, além de se referir à advogada especializada em perícia, Roselle Adriane Soglio, que ajudou na defesa, como "perita trapalhona".

"Tsunami"

Após falar por duas horas e meia, o promotor disse que o júri realizado é um divisor de águas, pois apresenta inúmeras provas técnicas que se sobrepõem a testemunhos, que em algumas ocasiões podem mostrar apenas a interpretação dos fatos.

O promotor acusou a defesa de promover um tsunami para liquidar a perícia, mas conseguiu apenas criar uma "ondinha pequena". Ele acusou o advogado Roberto Podval de desconhecer o processo e ainda tentar desqualificar reconhecidos especialistas na área.

"Prometeu-se um tsunami, mas não passou de uma onda de criança. De tsunami não teve nada. Entrei com duas pessoas muito importantes, a perita Rosângela Monteiro e a delegada Renata Pontes, além da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, que contaria a história de vida da família. A defesa, que apresentou inicialmente 20 testemunhas, diminuiu para 15, para 10, para 6 e terminou com duas", afirmou Cembranelli.

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